O grande crescimento no número de apreensões da droga K4 na região de Campinas divulgado pela Secretaria Estadual da Administração Penitenciária despertou a preocupação de toxicologistas de Campinas. A apreensão desta droga, descrita popularmente como maconha sintética, cresceu 50% nos primeiros cinco meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020. Os números são referentes às apreensões feitas no Complexo Campinas-Hortolândia.
De acordo com José Luiz da Costa, Coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas e Professor de toxicologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNICAMP, esta droga é mil vezes mais potente que a maconha e muito mais perigosa. “Ela pode causar depressão respiratória grave, que pode ser fatal para o indivíduo que a consome”, explica José Luiz.
José Luiz da Costa explica que o termo maconha sintética está sendo usado de forma equivocada. “A maconha é uma planta, não tem como ser sintética. O termo correto para esta nova droga é canabinoide sintético”, explica José Luiz Segundo José Luiz da Costa, essa droga é vendida pela Internet, misturada com planta ou tabaco para ser tragada, ou também, embebida em papel. “O usuário recorta um pedaço desse papel e põe embaixo da língua ou ingere para ter a absorção e os efeitos”, explica.
Os usuários que consomem esta substância repetidas vezes podem sofrer de esquecimento e confusão mental. Alguns usuários relatam paralisia, além de pesadelos, suor excessivo, náusea, tremores, dores de cabeça, cansaço extremo, insônia, diarreia e vômito.