A Polícia Federal de Campinas prendeu 15 pessoas dentro da Operação Airline, um desdobramento da Operação Overload, que investiga o tráfico internacional de drogas a partir do aeroporto de Viracopos. Outras três pessoas alvos de mandados não foram encontradas. Participaram da operação 40 policiais federais, além de cinco equipes do BAEP, Corregedoria da Polícia Militar e da Polícia Civil. As corregedorias participaram da ação porque há dois policiais, sendo um militar e outro civil, entre os investigados que têm mandados de prisão decretado pela Justiça Federal. Uma das pessoas que não foram encontradas é o policial civil envolvido no esquema.
A Polícia Federal informou que os advogados do suspeito entraram em contato e informaram que ele vai se entregar nas próximas horas. Por isso ele ainda não é considerado foragido. Esta fase da operação apontou um novo suspeito, um despachante aduaneiro que atuava no terminal de cargas de Viracopos. Segundo o delegado da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, ele facilitava o transporte da cocaína, que geralmente era embarcada juntos com outras cargas. Ele disse que houve ocasião em que a droga foi encontrada dentro de maracujás que seriam exportados. “A operação de hoje acrescentou um novo investigado, que era um despachante aduaneiro e esse despachante era um facilitador da organização criminosa e que entre os despachos que ele fazia de mercadoria, entre a facilitação e a liberação dos despachos, havia alimentos, vegetais e que dentro desses alimentos, de uma carga de maracujá, por exemplo, havia uma carga de cocaína. Então ele facilitava a exportação desses produtos, que iam recheados de cocaína”, afirma.
A investigação teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a Operação Overload, que aconteceu em outubro de 2020. A atual fase de investigação concluiu que uma quadrilha atua no tráfico internacional de drogas, que utiliza, além do terminal aéreo de Campinas, o aeroporto internacional de Guarulhos. A suspeita é de que meia tonelada de drogas foi transportada para a Europa pelo terminal aéreo da capital. Outros 270 quilos foram enviados a partir de Viracopos.
Na primeira etapa, em outubro do ano passado, a Polícia Federal prendeu 32 pessoas e apreendeu mais de R$ 3 milhões. Os suspeitos ficaram presos por 30 dias e foram liberados após o pedido de prorrogação da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não ter sido acolhido pela Justiça. Em dezembro passado, uma nova fase foi deflagrada e sete pessoas detidas. Elas estão presas até hoje. Já em fevereiro deste a ano, a Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão e sete ordens judiciais de bloqueio de imóveis em Campinas e Monte Mor.
