A Prefeitura de Campinas anunciou a liberação dos playgrounds públicos da cidade. A medida passa a valer já neste sábado (24). A situação vinha gerando dúvida nos pais neste momento em que muitas crianças estão em férias escolares. Com as recentes mudanças nas medidas de restrição contra a covid-19, e com a liberação de parques, não se sabia exatamente se os playgrounds estavam ou não liberados.
Nossa reportagem esteve nos parques da Lagoa do Taquaral e da Pedreira do Chapadão na tarde de sexta-feira, dia 23 de julho, e encontrou situações distintas. Enquanto no Chapadão as crianças e suas famílias brincavam livremente no playground, no Taquaral as restrições ainda impediam as brincadeiras. Os brinquedos do playground estavam com fitas zebradas de isolamento, indicando a interdição dos mesmos. Apesar disso, muitas crianças simplesmente pulavam as fitas e brincavam, até que um vigilante chegou, e solicitou que os responsáveis removessem as crianças, pois o playground ainda não havia sido liberado.
Um desses responsáveis, o administrador Gustavo Gassmaen, cumpriu a determinação, mas deixou claro discordar da medida. “Eu acredito que deveria liberar sim, com cuidado, uso de máscara, orientando, em vez de mandar embora orientando pra manter certa distância, causa decepção nas crianças, especialmente nas pequenas que não conseguem entender direito”.
A Professora de Educação Infantil, Mayara Martins, também teve de interromper a brincadeira da filha, e reclamou da situação. “Eu acho muito injusto pois os adultos tem acesso a vários tipos de equipamentos e situações, e para as crianças nada volta, eles não tem acesso a quase nada, eu moro com minha filha em um apartamento, e a gente não tem para onde ir”, explica. Na Lagoa do Taquaral praticamente todas as crianças usavam máscara, situação um pouco diferente da observada na Pedreira do Chapadão, onde algumas, em especial as menores, não utilizavam.
Tadeu Fernandes, médico pediatra, afirma que a Sociedade Brasileira de Pediatria e os pediatras veem com bons olhos a volta das crianças à vida normal, e afirma que privá-las deste tipo de atividade traz problemas de saúde. “Nós estamos tendo que tratar quadros de stress, ansiedade, excesso de tela levando a dor de cabeça, principalmente falta de vitamina D por não exposição ao sol, as crianças precisam sair da frente das telas e brincar ao ar livre, tomar sol para ativar sua vitamina D”. Ele ressalta porém que essas atividades precisam ser feitas preferencialmente ao ar livre, e seguindo as medidas de segurança, ou seja, uso de máscara, distanciamento, e uso frequente de álcool gel.
