O vereador Gustavo Petta, do PCdoB, quer que o distanciamento e a circulação de ar nas salas sejam respeitados no retorno das aulas presenciais em Campinas a partir de agosto. Ele também cobra que a imunização de professores e outros profissionais de Educação esteja completa.
Anunciadas pela pasta municipal, as regras para a volta valem para os ensinos infantil, fundamental e médio e definem a capacidade de até 100% de ocupação e o distanciamento de 1,5 metro. Ainda assim, Petta entende que há faixas etárias que não permitem a aplicação efetiva das medidas.
“Na educação infantil essa possibilidade não existe, porque nós sabemos o nível de interação, integração e de cuidado. Então, o que a gente espera é que continue havendo uma fiscalização grande para atenuar os riscos, porque nós tivemos informações de surtos nas escolas”, opina.
Mas no caso dos alunos mais velhos, de nível fundamental e médio, acredita que a regra de distanciamento pode sim ter efetividade, principalmente porque não cria um padrão, já que as escolas são diferentes e nem sempre possuem ambientes arejados para evitar o contágio.
O vereador, que é presidente da Comissão Permanente de Educação na Câmara, ainda comemora que os trabalhadores do setor foram considerados prioritários na vacinação, mas cobra celeridade para a efetiva aplicação da segunda dose, já que as crianças e os jovens seguem expostos.
“Os trabalhadores já foram vacinados, mas não é o suficiente, porque muitos estão lidando com adolescentes e jovens que não foram vacinados. E na cidade temos escolas grande e arejadas, mas é importante ter distanciamento entre os alunos, porque essa regra não cria um padrão”, diz.
Questionado sobre as regras definidas para o retorno pelo Departamento de Vigilância, o Devisa, o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, argumenta que poucos professores aguardam pela vacina complementar e também prevê que o movimento inicial não chegue a 50% dos alunos.
Ainda de acordo com ele, se os indicadores da pandemia melhorarem, a frequência presencial deve também aumentar, mas lembra que a capacidade de 100% de ocupação não será automaticamente estabelecida, porque cada estabelecimento deverá se enquadrar nas regras do decreto.
“Muito provavelmente será com 50% dos alunos nas escolas e, assim que a pandemia for cessando, o movimento vai crescer. Se tiver essas condições de 1,5 metro e todos os outros cuidados elencados no decreto, esses locais poderão voltar, inclusive, com 100%”, finaliza Zambon.