Começou na sexta-feira (27) o programa de racionamento de água em Valinhos. A cidade buscou evitar a medida adotando manobras como a redução da pressão da água e reforço para bairros mais altos e distantes, mas essas manobras não surtiram o efeito necessário.
O racionamento ocorre da seguinte maneira: A cidade foi dividida em quatro áreas, e cada uma delas ficará sem água durante um período de 18 horas consecutivas, em dois dias da semana. O Centro é exceção, para não prejudicar o comércio, e ficará sem água somente aos domingos.
O horário de interrupção do abastecimento será sempre das 10 horas da manhã até às 4 horas da manhã do dia seguinte. As unidades de saúde e educação terão suporte de abastecimento com caminhões-pipa. Multas serão aplicadas nos casos em que houver flagrante quanto ao desperdício de água. O valor é de R$ 441, e dobra em caso de reincidência.
A situação do abastecimento na cidade tem se agravado ao longo do período de estiagem. Três dos quatro reservatórios da cidade operam com menos de 50% da capacidade, sendo que as piores situações se dão nas barragens João Antunes dos Santos e Figueiras, que tem 5% e 20%, respectivamente. Essa situação não será revertida tão rapidamente, segundo o Presidente do DAEV, Ivair Nunes Pereira. “A recuperação delas não é esperada para antes de 45 dias, quando se espera chuvas substanciais que provavelmente serão capazes de encher essas represas”.
A situação só não é pior pois cerca de 50% da água utilizada na cidade vem do Rio Atibaia. A cidade até poderia captar mais água do Atibaia, porém ainda não reúne condições técnicas para tal, conforme detalha o Presidente do DAEV. “Nós temos que construir uma segunda adutora e investir na construção de um terceiro módulo de tratamento na ETA II, são valores acima de dezenas de milhões de Reais, recursos que hoje não temos em caixa para tocar essas obras”.
Em 2014, durante a crise hídrica no estado, um racionamento similar foi implantado na cidade, e na época o consumo caiu entre 20% e 25%.
