Apesar da situação dos reservatórios, Valinhos ainda não terá racionamento de água. O município resolveu realizar manobras para redirecionamento e despressurização da rede para garantir a distribuição de água na cidade pelos próximos 45 dias. Após esse período, caso a situação não melhore, poderá haver racionamento.
O Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV) irá reduzir a pressão nas regiões mais baixas da cidade, e ao mesmo tempo irá realizar um reforço no abastecimento para regiões mais altas e distantes dos reservatórios, utilizando inclusive caminhões-pipa.
A decisão sobre as medidas ocorreu em uma reunião nesta segunda-feira (23) entre a direção do Daev e a prefeita, Capitã Lucimara (PSD). Nessa reunião foi decidido que a cidade passa para a bandeira vermelha do Plano de Estiagem e Racionamento de Água do Daev, sendo esta a que prevê medidas mais extremas dentre as cinco bandeiras existentes.
Também ficou decidido que a fiscalização quanto ao desperdício será intensificada, inclusive com a criação de canais de comunicação para auxiliar. O presidente do DAEV, Ivair Nunes Pereira, explica por que a cidade é a única da região a enfrentar problemas de abastecimento mais severos neste momento. “Nos municípios onde a captação depende basicamente do Rio Atibaia esse problema não é observada, nós temos essa diferença em relação aos municípios da região, pois 38,9% do abastecimento do município depende de lagoas internas, que dependem diretamente das chuvas”.
A situação do abastecimento na cidade tem se agravado ao longo do período de estiagem. Três dos quatro reservatórios da cidade operam com menos de 50% da capacidade, sendo que as piores situações se dão nas barragens João Antunes dos Santos e Figueiras, que tem 5% e 30%, respectivamente. A Moinho Velho tem 48% e a Santana do Cuiabano opera com 68% segundo as parciais mais recentes da sala de situação do Daev. A situação só não é pior pois 50,6% da água utilizada na cidade vêm do Rio Atibaia.
Até o momento a cidade registrou apenas 1,2 mm de chuvas no mês de agosto, 3,3% do esperado. Apesar deste cenário, a intenção do Daev é evitar ao máximo a adoção do sistema de racionamento de água. “É muito crítico pra ser implementado, pois uma tubulação se fica vazia por muito tempo, quando o fornecimento volta a água vem com uma pressão muito alta, e provoca rompimento em alguns trechos, portanto essas manobras não são desejáveis pelo Daev e só serão implementadas em último caso”, detalha Pereira.