A irara fêmea Jade, animal da família dos furões, vive no Bosque dos Jequitibás, em Campinas, desde 2011. Sempre muito alegre e ativa, em 2018, ela perdeu os movimentos dos membros posteriores, por uma razão ainda desconhecida.
Desde então, Jade já passou por diversos tratamentos convencionais, como medicamentos, e alguns alternativos e complementares, como acupuntura, mas nenhum demonstrou uma melhora expressiva.
Pensando nisso, no dia 11 de setembro, a irara de 12 anos, iniciou uma terapia com células-tronco, no Hospital Veterinário da PUC-Campinas. Esse procedimento, inédito neste tipo de animal, tem como objetivo substituir ou regenerar células, tecidos ou órgãos, para restaurar ou estabelecer a função normal.
Segundo Michele Andrade de Barros, médica e professora veterinária da PUC-Campinas responsável pelo tratamento, a ideia de aplicar esse tipo de técnica veio da hipótese diagnosticada de que Jade poderia teria tido sequelas neurológicas da cinomose. “Sabendo que essa espécie é comumente acometida pelo vírus da cinomose, que também acomete os cães, eu propus que a gente fizesse a aplicação das células para tentar, através da imunomodulação das células restabelecer essa locomoção.”
Para Michele, esse tipo de procedimento vem se tornando cada vez mais comum na medicina veterinária. “Ela vem ganhando um espaço grande dentro da terapêutica convencional. Isso se deve por ela ter resultados eficazes e duradouros, ainda que por vezes sendo solução”.
A expectativa é que Jade ainda passe por mais duas aplicações, em um intervalo de 30 dias, e assim, comece a mostrar uma melhora no quadro.