O assassinato do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, completa 20 anos neste dia 10 de setembro. Com isso, pelo Código Penal, está extinta a punição para quem mandou e quem executou o crime. Mas quem são os responsáveis? A morte do prefeito segue sem a certeza da autoria.
Mas prescrição é diferente de investigação. O fato de não poder punir o mandante não significa que o Caso Toninho foi arquivado. As investigações continuam, com depoimentos colhidos desde 2012 até o ano passado.
O Ministério Público sustenta a tese de que Toninho foi morto porque dirigia devagar pela Avenida Mackenzie e atrapalhou a fuga da quadrilha comandada por Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que praticava um roubo de carro. Por essa tese, o autor do disparo que vitimou o prefeito foi o sequestrador Anderson José Bastos, o Ancio, assassinado no dia 2 de outubro do mesmo ano por policiais civis de Campinas em Caraguatatuba.
A família de Toninho nunca aceitou esta versão. A viúva Roseana Garcia sempre fez questão de lembrar a data a cobrar as autoridades sobre a motivação política que ela acredita que houve para a morte do marido.
O ex-prefeito havia enfrentado empreiteiras, denunciado irregularidades em contratos públicos e ainda fez alterações no transporte público e coleta de lixo.
Com a prescrição do crime e nenhum condenado formalmente, a família de Toninho deve denunciar o Estado brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.
Andinho foi inicialmente acusado de ser o mandante do assassinato de Toninho, mas a denúncia foi retirada seis anos após o crime, pois a Justiça não encontrou indícios da participação dele. O sequestrador está na Penitenciária Federal de Brasília cumprindo pena de 207 anos por diversos crimes, que não incluem a morte do ex-prefeito.
