Revitalização do Centro depende de série de ações conjuntas

Foto: Guilherme Pierangeli

A degradação da região central de Campinas é um processo contínuo, que se agravou com a pandemia, uma vez que muitos comércios fecharam, e com isso mais prédios passaram a estar desocupados, ou até mesmo, abandonados.

A atual situação contrasta com o valor histórico do Centro da cidade, uma vez que diversos fatos importantes da história de Campinas ocorreram em locais que hoje estão em más condições.

O arquiteto e urbanista Alan Cury afirma que o patrimônio arquitetônico edificado do Centro conta a história da nossa cidade. Para ele, a recuperação da região depende de muito mais do que ações pontuais isoladas, como a reforma da avenida Francisco Glicério.

 “Precisa de muito mais do que isso, precisa de estímulos reais para que voltem a ter no centro a habitação e os serviços públicos estarem lá. Um bom sistema viário e de transporte para que todas as pessoas possam usufruir da estrutura que o centro de Campinas tem”

Para Cury, a crescente evasão dos imóveis do Centro pode ser revertida com um projeto que incentive a habitação desses prédios, inclusive aqueles que originalmente têm finalidade comercial.

“A habitação em prédios comerciais, principalmente social, é uma possibilidade real e que pode contribuir muito para a habitação no Centro”

Um exemplo é o prédio do Palace Hotel, na esquina das ruas Irmã Serafina e Ferreira Penteado, que está abandonado há muitos anos. No momento o prédio está sob intervenção da Prefeitura, que aguarda o término de um prazo de três anos para que o proprietário pague uma dívida de cerca de R$ 20 milhões. Caso a dívida não seja paga, o imóvel passará a ser propriedade municipal.

 “Eu acho que com uma pequena adaptação o Palace pode ser tornar um local de habitação por toda a infraestrutua que já tem na região. É uma localização bastante privilegiada e a gente só tem o cuidado do local quando tem gente morando “

Mas a simples ocupação dos espaços ociosos também não resolveria o problema, segundo Cury. Somente um conjunto de medidas tomadas de forma simultânea pode, de fato, revitalizar a região central.

 “A revisão das linhas de mobilidade, dos modais que possam acessar a região central da cidade, o uso das praças, prédios públicos e privados que estão sendo subutilizados. Tudo isso precisa ser revisão para se fazer uma ação que envolva várias frentes”

O urbanista demonstra otimismo quanto à adoção dessas medidas, o que seria somente uma questão de tempo.

 “Por que o Centro de Campinas tem história, tem qualidade e um potencial enorme de evolução”

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