A discussão sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais ficou mais acalorada desde que o Governo Federal propôs um decreto para criar escolas especializadas, no ano passado, e depois que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou que estudantes com algum tipo de deficiência atrapalham o aprendizado das outras.
Há 25 anos, foi sancionada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que garante a presença de alunos portadores de deficiência nas escolas regulares. Para a professora doutora da Faculdade de Educação da Unicamp, Angela Soligo, colocar essas crianças em escola separada é segregação. “É uma política retrógrada e anticonstitucional”, afirma.
Segundo a professora, a prática mostra que a presença de estudantes com necessidades especiais traz mais aprendizado para todos que convivem juntos. Ela cita um exemplo ocorrido em sala de aula. “Tinha uma criança surda e todas aprenderam libras. É assustador segregar”, disse Angela.
De acordo com o último Censo Escolar, o número de matrículas de crianças com algum tipo de deficiência nas escolas regulares aumentou 165% de 2005 a 2020.
