Docentes da Unicamp, a Universidade Estadual de Campinas, entregaram uma abaixo-assinado com mais de 30 mil assinaturas como solicitação de apoio de Ministérios para o acolhimento de professoras refugiadas do Afeganistão.
A proposta é acolher essas mulheres no Brasil para estudarem na instituição de ensino, através de países vizinhos ao Afeganistão. Refugiados do judiciário também seriam acolhidos, além das pessoas do mundo acadêmico.
A entrega da petição foi feita aos Ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; das Relações Exteriores e da Defesa e também a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, no dia 20 de setembro em Brasília.
Ana Carolina Maciel, Presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) da Unicamp, afirmou que houve uma conversa sobre a possibilidade de enviar um avião para trazer essas pessoas e liberá-los sem a necessidade de documentação: “O Ministério da Defesa sinalizou que eles podem viabilizar uma aeronave para trazer essas pessoas de algum país vizinho, porque não podemos entrar no Afeganistão propriamente. Ainda estamos reunindo esforços, portanto não podemos atestar exatamente como desenharemos essa estratégia. O importante é que tivemos uma boa receptividade à causa”, afirmou.
Outra ideia discutida foi a parceria com a Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A ideia neste caso é colocar em prática o projeto “Refúgio Acadêmico”, que pode disponibilizar bolsas de estudos para mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Antonio José Meirelles, reitor da Unicamp, explica sobre essa proposta: “Tivemos ainda a conversa com a presidência da Capes, bastante proveitosa porque vislumbrou a possibilidade de montarmos um edital conjunto, Capes e Unicamp, para fornecimento de recursos na forma de bolsas de pós-graduação, pós-doutoramento e de bolsas para pesquisadores ou professores visitantes vindos do mundo afegão”, disse.
Atualmente a Unicamp possui 15 alunos refugiados, 14 estão na graduação e um no mestrado. Essas pessoas tem origem da Angola, Congo, Egito, Gana, Irã, Palestina, República Democrática do Congo, Serra Leoa e Síria.