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Crescem os acidentes fatais envolvendo pedestres em Campinas

Foto: Leandro Las Casas

Os pedestres ficaram em 2º lugar entre as vítimas fatais do trânsito de Campinas em 2020, ficando atrás apenas dos ocupantes de motocicletas. Dados do Caderno de Acidentalidade da Emdec apontam 61 mortes. Dentre elas, 21 vítimas fatais foram pedestres e 24 eram ocupantes de motocicletas. Seis foram condutores de bicicletas e dez de ocupantes dos demais veículos.

De acordo com o Professor da UNICAMP, Creso de Franco Peixoto, Mestre em Transportes, as ocorrências com atropelamentos voltaram a aumentar em 2020. Entre os motivos, ele aponta que a redução do movimento nas ruas durante a pandemia gerou uma falsa impressão de tranquilidade no trânsito. “Não é raro observar pessoas que andam na rua em vez de da calçada, que se expõem ao atropelamento”.

Os dados da Emdec apontam que o principal motivo dos atropelamentos, em 29% dos casos, é a atitude imprudente do pedestre, sendo 33% do desrespeito da faixa de pedestre; 22% do semáforo vermelho e 22% causado pela travessia em local impróprio. A segunda principal causa, com 23%, é o consumo de álcool do pedestre ou motorista. Creso explica que apesar de pedestres e ciclistas estarem no topo da escala de prioridade no trânsito, é preciso respeitar as regras. “O motorista precisa seguir as regras, o caminhar fora das calçadas ou cruza ruas fora da faixa de pedestres são desrespeitos”.

Outro motivo que tem causado acidentes é o hábito, principalmente entre jovens, de ouvir música em fones de ouvido, o que reduz a atenção. Motoristas distraídos ou alcoolizados em alta velocidade também estão entre os responsáveis pelos atropelamentos, lembrando que quanto maior a aceleração, maior será a gravidade do trauma. Esse crescimento no número de acidentes envolvendo pedestres preocupa os médicos.

De acordo com Carlos Mattos, Chefe do serviço de Ortopedia e Diretor Clínico do Hospital Puc-Campinas, os atropelamentos causam traumas combinados, o que agrava o quadro das vítimas. “São politraumatizados, além das mortes, as múltiplas fraturas causas inúmeras sequelas para toda a vida”. O maior número de atropelamentos ocorreu às segundas e quintas-feiras , com predominância das 9 às 15h e das 17h às 24h. Entre as vítimas, 29% são mulheres e 71% homens. As vias que mais registraram atropelamentos são as Avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodriguez.

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