A Polícia Civil identificou uma pessoa suspeita de ser a autora das ofensas racistas contra a vereadora Paolla Miguel (PT) na sessão da Câmara de Vereadores de Campinas da última segunda-feira (11). Enquanto discursava, Paolla foi chamada de “preta lixo” por uma pessoa que estava no público da Câmara.
O caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que utiliza imagens e áudios da sessão na investigação, e deverá ouvir a vítima e outras três testemunhas nesta sexta-feira (12). A Polícia acredita que somente uma pessoa tenha proferido a ofensa, e que tenha sido uma mulher.
Antes da primeira sessão após o ocorrido, na noite de quarta-feira (10), um grupo de realizou um ato antirracista para prestar solidariedade à vereadora, e vereadores discursaram sobre o caso. Na sessão, o vereador Jorge Schneider (PL) afirmou, na tribuna, que viu quem proferiu as ofensas. “Eu não tenho provas mas vi quem foi quem falou, não tenho como provar mas temos que ver as imagens, é a mesma pessoa xingou a todos os vereadores também na segunda-feira, uma senhora de respeito, uma senhora de uma vida ilibada, que deve ir nos grandes clubes, que vem ofender as pessoas, que vem ofender uma pessoa negra! Eu falei, presidente, precisamos prender essa pessoa”. O vereador foi ouvido pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (11), e com base no depoimento dele os policiais identificaram a suspeita.
O presidente da Câmara, vereador Zé Carlos (PSB), solicitou que as imagens da TV Câmara sejam analisadas para identificar as pessoas que proferiam ofensas, ou ficaram sem máscara na sessão de segunda-feira, para que elas sejam impedidas de entrar nas próximas sessões.