Agronegócio terá ano de incertezas, diz coordenador do Cepea

Foto: Divulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

O agronegócio Brasileiro poderá ter um bom ano em 2022, mas muito mais devido às exportações e a retomada da economia mundial, pois o desempenho da economia nacional é desapontador. A análise é de Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, em Piracicaba. Segundo ele, a maior preocupação para o setor é em relação à disponibilidade de insumos agrícolas. “A grande preocupação neste momento é com o suprimento de insumos, o problema não vai ser tanto de custo, mas sim a dúvida quanto a se vamos ter o suprimento adequado para desenvolver as atividades agropecuárias”, explica.

Essa preocupação é maior em relação ao segundo semestre, já que no primeiro já há uma garantia de insumos para a chamada safra de verão. Outro ponto para se observar é o câmbio, que favorece as exportações, mas encarece justamente a compra de insumos e de maquinário. Segundo a análise de Barros, o FMI já projeta o dólar a quase R$5,90 para o final de 2022. Não estão previstas mudanças em relação aos principais setores do agronegócio no país. “O carro chefe é o complexo da soja, a seguir o setor de carnes, em seguida o setor de produtos florestais e depois sucroenergético, então são esses quatro setores que são os carros-chefes há quase duas décadas e continuarão sendo no futuro”

O coordenador científico do Cepea destaca que o PIB volume do agronegócio brasileiro tem apresentado nos últimos 20 anos tendência de crescimento de, em média, 1,6% ao ano, enquanto a agropecuária tem média de 4,7%. Barros atribui essa diferença ao crescimento muito baixo da agroindústria, que é de 0,6% ao ano, em média. “Continuaremos tendo a mesma dificuldade com relação à agregação de valor no agronegócio, a questão é que existe uma barreira comercial e política dos principais importadores que não compram produtos industrializados vindos do agronegócio brasileiro”.

Esta seria a mesma dificuldade nas exportações encontrada pela indústria de transformação. Já um setor de destaque é o de grãos, cuja média de crescimento registrada tem ficado em 7% ao ano.

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