Diante do expressivo crescimento de novos casos da covid-19, que ocorre de forma simultânea ao surto de gripe, muitas pessoas que apresentam algum sintoma respiratório buscam de alguma forma descobrir se, de fato, estão doentes, e com qual vírus.
Mas isso tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil. Com a alta procura nas unidades de pronto atendimento, o número de testes de covid-19 disponível pode não ser suficiente para atender a demanda. Com isso, as pessoas acabam recorrendo aos testes de farmácia.
Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), a busca pelos testes covid-19 entre 3 e 9 de janeiro aumentou 70% em relação à semana anterior. Foram mais de 480 mil testes realizados em todo o país. E o número de casos de covid identificados nas farmácias nesta mesma semana superou o de todo o mês de dezembro de 2021.
Mas em Campinas ser testado em uma farmácia não tem sido tarefa fácil. Nossa reportagem percorreu cinco unidades de grandes redes, localizadas no Centro da cidade. Nenhuma delas trabalha com os testes para a covid-19. Em uma das farmácias a atendente informou que em um dado momento a unidade chegou a trabalhar com os testes, mas a rede desistiu diante de exigências mais rígidas da Anvisa.
Funcionários de quatro unidades informaram que outras lojas das mesmas redes trabalham com o teste. Porém, algumas já lidam com o desabastecimento. Em uma das redes a unidade que realiza os testes só o faz por agendamento, e diante do aumento da procura, só está atendendo clientes já agendados, e não está aceitando novos agendamentos.
Os testes oferecidos nas farmácias geralmente são os de antígeno, que são feitos a partir da análise de amostras coletadas com o swab, que é introduzido pelo nariz. Este tipo de teste, cujo resultado pode sair em apenas 20 minutos, tem uma sensibilidade inferior à do PCR, e por isso produz mais falsos negativos, e é menos confiável do que os testes analisados em laboratórios.
