O aumento de quadros gripais, principalmente de covid-19, entre mulheres grávidas, puérperas e recém-nascidos, fez com que a Maternidade de Campinas reforçasse seus protocolos de prevenção à doença. Hoje, a unidade de saúde tem nove casos, entre suspeitos e confirmados. São quatro gestantes, duas puérperas, um recém-nascido e outras duas mulheres que fizeram procedimento cirúrgico na unidade. Todos os pacientes passam bem e estão isolados em uma ala do terceiro andar.
De acordo com o presidente da Maternidade de Campinas, Marcos Miele, a situação é preocupante, já que os registros de janeiro já são muito maiores do que os indicadores de dezembro do ano passado. “Esse mês, nós tivemos uma explosão dos casos de covid-19. Tivemos até o dia 24, 55 internações por síndrome gripal. Isso aí corresponde a 140% de aumento no número de casos internados em relação ao mês passado”, afirmou.
Outro dado importante, que mostra a gravidade da atual situação da pandemia, compara o momento atual com o mês de março do ano passado, que foi o período mais grave da pandemia. Entre o dia primeiro e 24 deste mês, um a cada quatro atendimentos no Pronto Socorro da unidade era de pacientes com quadro gripal. Isso representa um aumento de 25% no atendimento registrado no pico da segunda onda da doença, em março de 2021. Embora os casos atuais sejam mais leves, muito em função da vacina, a Maternidade adotou protocolos rígidos, para garantir a segurança de pacientes, visitantes e funcionários do hospital.
O presidente da unidade disse que o processo é mais rigoroso entre aqueles que estão em isolamento. “Os protocolos estão instituídos desde setembro, houve uma flexibilização, nós estávamos permitindo as visitas das pacientes, nas unidades de internações não suspeitas. Porém, que estiver em isolamento não é permitido visita e o acompanhante, só se ele já estava em contato previamente”, disse.
Outro problema grave enfrentado pela unidade de saúde neste início de ano é o aumento de casos suspeitos ou confirmados de covid-19 entre os funcionários do hospital. Marcos Miele fala também sobre a dificuldade em manter o quadro de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem neste período. Segundo ele, durante todo o mês de janeiro, cerca de 10% do total de funcionários estão afastados. “Como na população aumentou o número de casos, o profissional da saúde também aumentou o acometimento deles e eles também precisam ficar em isolamento. Hoje na maternidade, nós temos em torno de 10% de funcionários afastados por quadro de síndrome gripal, casos suspeitos ou covid positivo. Isso é um contingente muito grande”, revela.
No ano passado, três mulheres morreram em decorrência da covid-19 na Maternidade de Campinas. Todos os bebês que tiveram covid-19 na unidade se recuperaram bem. Entre as nove pessoas isoladas na maternidade, apenas o recém-nascido está em UTI, mas não por complicação da doença e sim porque nasceu prematuro.