Em 2010, o novo Plano Diretor de Campinas passou a vigorar e permitiu a construção de novos empreendimentos, como edifícios, em bairros que antes permitiam apenas residências unifamiliares, como casas e sobrados. Um desses locais é o Nova Campinas, que teve a verticalização aprovada e hoje já conta com um novo visual, mudando a paisagem do bairro. Ao lado da Avenida Moraes Salles, dois edifícios de alto padrão já atingiram uma altura considerável e podem ser vistos de vários pontos na região.
Na época da aprovação do Novo Plano Diretor, as opiniões entre os moradores sobre a verticalização eram divididas. A reportagem da CBN esteve no local e ouviu Wilson Carlos e Cláudia de Paula, que falaram sobre suas expectativas quanto ao futuro do bairro. “Prédio vai ser um problema, porque prédio comporta muita gente. Num prédio vai morar cerca de 01 mil pessoas, Isso dará um gasto maior com semáforos, o trânsito fica entupido. Então não dá certo”, disse Wilson. “Vai desenvolver melhor o bairro, com certeza. Porque quando esse número de pessoas aumenta, automaticamente aumenta o comércio. Esse mall, por exemplo, ele vai vender muito mais”, falou Cláudia.
Agora que os prédios começam a surgir no horizonte do bairro, as preocupações de quem vive no local ganham mais importância. Vizinhos, Aristides Carneiro e Antônio Carlos, acreditam que coisas simples, como a circulação de ar e a tranquilidade do trânsito deixarão de existir. “Com a construção de prédios aqui, você já vai impedir que essa circulação de ar aqui, circule no bairro como é hoje. Que aqui é um bairro bastante fresquinho”, acredita Aristides. “Como que as pessoas vão circular aqui? As ruas não comportam”, questionou Antônio.
O diretor da regional do Sinduscon, Mário Benvenutti, explica que o processo de verticalização nos grandes centros é natural. No caso de Campinas, ele afirma que houve um esgotamento para novos empreendimentos no bairro Cambuí, que tem um dos metros quadrados mais disputados da cidade. Para o diretor do Sinduscon, os bairros próximos, como é o caso do Nova Campinas, acabam despertando o interesses dos investidores e da população em geral, porque mantém o padrão das grandes edificações e o preço fica mais barato. “Um dos custos mais caros da construção é o terreno. Então o Cambuí, falando realmente em imóveis de alto padrão, os valores estavam muito altos. A Nova Campinas se tornou uma concorrente do Cambuí e então houve uma diminuição do metro quadrado.
Uma das justificativas da prefeitura de Campinas sobre a aprovação do novo Plano Diretor da cidade, é que a Lei de Zoneamento vai permitir o aumento do potencial construtivo de algumas áreas, alavancando também a arrecadação com impostos.
