O Conselho Municipal de Saúde de Campinas questiona a extinção de alguns serviços de saúde na cidade. Segundo o grupo, os fechamentos mais recentes foram o do projeto Sabiá, que funcionava na Policlínica III, e o ambulatório de Fonoaudiologia da Policlínica II, que tiveram seus profissionais realocados para os Centros de Saúde, e atuarão nos Núcleos Ampliados de Saúde da Família, os NASF.
As mudanças começaram no final do ano passado, segundo Naiara Oliveira, que preside o conselho. “Em novembro do ano passado começou este processo com as equipes de saúde da família sendo impedidas de encaminhar os pacientes para o serviço, em dezembro os profissionais foram comunicados que seriam transferidos e que os serviços seriam encerrados”.
De acordo com dados fornecidos em reunião do conselho, no 1° semestre de 2021 eram 451 casos em acompanhamento na Policlínica II. No 2° semestre o volume diminuiu para 130 pacientes, todos complexos, e que, segundo o conselho, exigem acompanhamento próximo, muitos com retornos semanais. “Eram atendidas 70 crianças com atividades frequentes e elas receberam alta e foram encaminhadas para os CSs para equipes dos NASFs, mas muitas dessas equipes não contam com fonoaudiólogo, quem que vai atender esses pacientes que necessitam de atendimento fonoaudiólogo?”
Os 130 pacientes foram encaminhados da Policlínica II para as equipes de atenção primária nas mesmas circunstâncias. “Os NASFs atendem casos mais leves, menos complexos, ele não dará conta do atendimento que era feito nas especialidades, o Conselho foi surpreendido por essa decisão, não sabíamos, inclusive isso é ilegal, pois o conselho deve ser consultado quando vai ser extinguido algum tipo de serviço”.
A Secretaria Municipal de Saúde emitiu a seguinte nota sobre a reclamação do Conselho de Saúde:
“A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas informa que o Serviço de Fonoaudiologia do Município continua a existir e atender a população, Porém, agora, de forma descentralizada. A opção pela descentralização dos profissionais propicia acesso, além de melhorar as articulações das ações de Saúde no território para assistência da população pelos Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASFs), dentro da lógica de atendimento multidisciplinar.
Durante alguns anos, devido à escassez de oferta destes profissionais de fonoaudiologia no município, foi necessário agrupá-los, no caso, as equipes Sabiá e Policlínica II. Porém, com o progresso da política de Atenção Primária à Saúde e a expansão dos NASFs, hoje é possível a descentralização dos serviços facilitando o acesso dos usuários que necessitam destes atendimentos.
Por isso, a Secretaria de Saúde definiu a mudança destes profissionais de fonoaudiologia para as equipes NASFs e prevê a contratação de novos profissionais por concurso.”
