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Casal da região recebe na Eslováquia brasileiros que fugiram da Ucrânia

Arquivo Pessoal

Um casal da região de Campinas, que atualmente vive na Eslováquia, recebeu cinco jogadores de futebol brasileiros que estavam na Ucrânia. João Paulo Barbosa de Araújo, que tem família em Piracicaba, e a esposa dele, Gisele Chamorra, de Santa Bárbara d’Oeste, moram em Kosice, segunda maior cidade da Eslováquia, a 95 km da fronteira com a Ucrânia. Eles receberam os jogadores que estavam em Karkhiv, cidade do leste ucraniano, que fica a apenas 40 km da fronteira com a Rússia. Para chegar a Eslováquia eles tiveram de atravessar a Ucrânia de um extremo ao outro, já que a Eslováquia fica à oeste da Ucrânia.

A viagem foi realizada em trens, levou três dias, e contou com várias paradas, incluindo uma de muita tensão em Kiev, capital ucraniana, conforme detalha João Paulo. “Inclusive quando eles chegaram em Kiev eles comentaram que Kiev estava sob ataque naquele momento, então o trem chegou tudo escuro, ninguém podia mexer no celular, nada que pudesse ter luz, ficou parado um tempo, sirene tocando, depois tiveram de pegar outro trem para Lviv, que fica perto da fronteira com a Polônia, de lá pegaram outro trem, mais 7h de trem, e depois mais 9h para sair do lado ucraniano e entrar no lado eslovaco, então tudo levou quase três dias”.

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Dos cinco atletas, três são da região: dois de Piracicaba, e um de Limeira. João Paulo afirma ter trabalhado com um familiar de um dos rapazes, o que facilitou no contato para ajudá-los. A situação relatada por eles foi de vários problemas no trajeto. “Teve muita dificuldade, muito frio, eles ficaram numa fila em pé, com a roupa do corpo, e com a mala, estava -4 graus, e eles esperando para fazer a travessia, e é uma situação infelizmente de guerra, muita criança, muita mãe com criança de colo na fila…”

João Paulo e Gisele se prontificaram a buscar os jogadores na fronteira, mas antes entraram em contato com a embaixada brasileira na Eslováquia, que acabou enviando uma van para fazer o traslado dos brasileiros. “A gente tá tratando agora com o consulado aqui na cidade de Kosice, que é onde a gente mora, então a gente está tentando finalizar alguns trâmites para que eles voltem ao Brasil o quanto antes”.

A guerra fez com que algumas situações se alterassem na Eslováquia, segundo João Paulo. “Tem sido muito difícil para a gente, a proximidade é muito grande, estamos entre 90 km e 100 km da fronteira com a Ucrânia. Há várias diferenças, todos os dias a gente vê helicópteros que vão até a fronteira para checar a situação, mas algo que mudou muito é o fluxo de pessoas, entrava uma média de 1 mil pessoas por dia, e nos dois primeiros dias (dos ataques) entraram 20 mil.”

João Paulo afirmou ainda que acompanha o noticiário, e está ciente dos rumores de que a Rússia poderia ampliar as ações, e invadir outros países próximos à Ucrânia. Ele afirma que caso isso aconteça na Eslováquia, ele voltará ao Brasil, ao menos temporariamente.

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