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Especialista vê politização como um dos agravantes da crise energética

Foto: Guilherme Pierangeli

O Brasil vem vivenciando uma crise energética há um bom tempo. Produtos importantes como os fertilizantes e a gasolina, por exemplo, tiveram um salto no preço, impactando diretamente a população e os produtores agrícolas.

Para o ex-ministro da agricultura e produtor rural, Antônio Cabrera, a polarização e os desentendimentos políticos apenas influenciaram para que essa crise se agravasse. “A gente vê a discussão, determinados estados são contra a redução do ICMS. Então, é incrível como nesses momentos de crise, como também foi na questão da Covid, você não vê uma contribuição do estado para a sociedade. O resumo nessas crises quem paga a conta é o setor privado, é o taxista, é aquele usuário do app do Uber e outros apps. Então, é por isso que eu entendo que a sociedade deveria repensar isso em termos de tributação e da presença estatal.”

O Brasil tem uma dependência energética muito grande. Cerca de 85% dos fertilizantes são importados. Mesmo com esse empecilho, o ex-ministro acredita que o país possa ser um potencial produtor desses fertilizantes. “Não adianta a gente falar que o petróleo é nosso e o fertilizante é nosso se ele estiver debaixo do solo. É preciso capital, é preciso investimento e é preciso tecnologia para que isso possa se transformar em um bem que gere prosperidade e que gere melhoria de vida para os brasileiros. Não existe nada mais arriscado do que uma potência agroalimentar, como o Brasil, ainda estar nessa dependência do insumo importado.”

Já na questão da gasolina, o Estado de São Paulo, por exemplo, tem mais de 170 usinas de açúcar. Apesar disso, o etanol não pode ser vendido direto aos postos, ele deve ser negociado com a Petrobras. Para o especialista, isso mostra a falta de liberdade da população nos dias atuais. “O caso dos combustíveis é típico, é único no mundo, onde você tem um tesouro, você tem essa quantidade imensa de usinas produzindo essa energia renovável, que ninguém no mundo tem. Mas é incrível a usina não poder vender esse etanol diretamente a um posto.”

Enquanto os problemas e as soluções ainda são debatidas, a população mais uma vez vai se adaptando com o aumento dos preços de produtos essenciais para a manutenção dia-a-dia.

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