Nos anos 1970, visando diminuir dependência do Brasil pelo petróleo importado, o governo lançou iniciativas para o desenvolvimento de um combustível com origem agrícola, e com isso foi desenvolvido e popularizado o etanol, que passou a ser uma alternativa para os motoristas, que passaram a poder optar por gasolina ou álcool na hora de comprar um carro. E essa alternativa ficou ainda mais popular na década entre 2000 e 2010, com a chegada e popularização dos carros flex, que permitem ao motorista optar por etanol ou gasolina na hora de abastecer.
Mas, com o tempo, o preço do etanol ficou cada vez mais atrelado ao da gasolina, e quase sempre não havia grande diferença financeira entre abastecer com um ou outro. Só que agora, com a disparada do petróleo, o etanol voltou a valer mais a pena em muitos postos.
O Professor de Engenharia Mecânica da Unicamp, Celso Arruda, explica o motivo de, em geral, o etanol só compensar quando o preço for de, até, 70% do preço da gasolina. “O etanol é um combustível energeticamente mais poderoso que a gasolina comum, acontece que gasta-se mais quando se rota no etanol, por isso essa proporção entre um valor e outro”.
Mas ele afirma que isso pode variar de acordo com o veículo, e com o uso que é feito, como, por exemplo, se o carro é mais utilizado nas cidades ou em rodovias. “Acontece que tem alguns veículos também que mesmo quando movidos a etanol são muito econômicos, chegando mais perto do que se gasta na gasolina do que veículos mais antigos, aonde a diferença era 30%, então circular com carros a etanol com alto rendimento em relação à gasolina também vale a pena”.
Nós visitamos nove postos da região central de Campinas. Em oito deles o etanol estava compensando mais do que a gasolina, e somente em um o preço do etanol ultrapassava 70% do preço da gasolina. Nós conversamos com o Rogério Galina, que é frentista, mas não estava trabalhando. Ele tinha ao posto para abastecer o carro dele, e optou pelo etanol. “Preferi por o álcool pois a variação de preço é muito grande de um litro para o outro né, é mais econômico, se fosse um carro 2.0 ou 1.8 não compensava por álcool, mas como é 1.0 vale mais a pena. No centro eu recomendo gasolina, quem para mais com o carro eu recomendo gasolina”.
