Hoje, 22 de março, é o Dia Mundial da Água. Nos últimos anos a população em geral passou a dar mais valor para este fundamental recurso natural, já que a crise hídrica em 2014 e 2015 deixou todo o estado em dificuldade. Atualmente existe o temor de que aquele cenário se repita, já que o Sistema Cantareira está com o pior nível para a data em seis anos, com 45,3% do volume útil ocupado. Para se ter uma ideia, entre 2017 e 2021 o nível do sistema na data de 22 de março variou de 52% a 65%.
Mas a situação era ainda mais preocupante até o começo do ano, já que em janeiro as chuvas superaram a média histórica para o mês, e ajudaram o sistema a recuperar parte do nível. O Cantareira abastece parte da grande São Paulo e também auxilia no abastecimento das cidades da bacia PCJ, em nossa região.
O instituto Trata Brasil divulgou nesta terça um estudo do saneamento básico no Brasil, que aponta que mais de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água tratada em todo o país, e 100 milhões moram em locais onde não há coleta de esgoto. O educador ambiental Cesar Pegoraro, da ONG SOS Mata Atlântica, afirma que os números demonstram o descaso do Brasil com a água. “É o retrato do descaso com nosso maior patrimônio, nós não temos feito a lição de casa, não temos cuidado da água como ela merece e precisa ser cuidada para manter a vida, o estudo revela algo que infelizmente a gente percebe no dia a dia, que esse cuidado com a água ainda deixa muito a desejar”.
Pegoraro relata ainda que um estudo feito pela ONG apontou a grave situação dos rios da área da Mata Atlântica, consequência, dentre outras coisas, da falta de saneamento. “É um cenário que inspira muita atenção, o que a gente percebe é que, dos rios estuados, somente 7% tem qualidade boa, 73% se apresentam de forma regular, e 20% ruim ou péssimo, ou seja, são rios que de fato estão doentes, e se estão doentes significam um risco ao contato humano”.
O Trata Brasil publicou também o ranking anual de saneamento das 100 maiores cidades do país. Dentre as 10 melhores do país estão Limeira e Piracicaba, na 6ª e 7ª colocações, respectivamente. Campinas ocupa a 24ª colocação, e Sumaré a 46ª posição. Limeira e Piracicaba caíram uma posição em relação ao ranking do ano passado; Campinas caiu três posições, e Sumaré subiu quatro posições.
