A Festa do Boi Falô volta a agitar Barão Geraldo nesta sexta-feira Santa, na 26ª edição do evento, que volta após dois anos sem ser realizado devido à pandemia. A tradicional festividade começa às 10h, na Praça do Coco, no Distrito de Barão Geraldo.
Considerada a maior celebração popular do Distrito de Barão Geraldo, a festa tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura, integra o Calendário Oficial do Município de Campinas, e contará com apresentações culturais e praça de alimentação.
Omar Batarce é um dos organizadores da Feira de Barão Geraldo, e também participa da organização do Boi Falô neste ano e falou sobre a retomada. “Desejo de retomar a festa do Boi Falô de uma forma mais animada, mais ampla, e com um novo desenho, tanto que neste ano ocorre junto da festa a Feira de Barão Geraldo, em parte da praça, então vai ser um evento que vai valer a pena as pessoas participarem”
Sobre a lenda do “boi falô”, existem várias versões, que são contadas de diferentes maneiras. Segundo a Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo, a versão da lenda tradicional é que numa sexta-feira da Paixão, um capataz da fazenda Santa Genebra pediu a um caboclo, que em algumas versões da lenda era escravizado, e em outras empregado, que ele fosse buscar bois que ficaram deitados no em uma área chamada Capão do Boi. O caboclo foi até o local com uma vara, e lá começou a tocar os bois. Com a insistência, segundo a lenda, um dos bois falou “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”.
O diretor de Cultura da Prefeitura, Gabriel Rapassi, comenta as mudanças que ocorrem a cada versão. “A gente percebeu que mais de uma versão da lenda circulava, e isso é muito interessante, não existe uma lenda verdadeira, mas cada pessoa que conta aumenta um ponto, e tira uma moral da história para aquele aspecto, isso mostra que a cultura é viva, se transforma, e é essa beleza que faz a gente convidar todo mundo para estar aqui na sexta-feira para essa grande festa”. A versão mais conhecida é a história do escravizado Toninho, que após o ocorrido teria se tornado homem de confiança do Barão Geraldo de Rezende, trabalhando dentro da casa dele até o fim da vida.
A festa foi criada em 1988 para comemorar o centenário da abolição da escravatura.