Um eletricista aguarda há mais de um mês para passar por cirurgias no Hospital de Clínicas da Unicamp.
Nilson da Silva Lima sofreu uma fratura exposta no cotovelo direito e outras cinco lesões na região pélvica depois de cair de uma altura de dez metros enquanto instalava placas de energia solar no telhado de uma academia em Campinas.
De acordo com a irmã do paciente, Elizandra Castro Lima, o eletricista reclama de dores na região do quadril e a ouvidoria do HC informou que ele está com uma infecção.
“Depois que ele começou a sentir essas dores começou com uma secreção. A ouvidoria falou que no prontuário estava constando que ele estava com uma infecção e que devido a essa infecção eles iriam fazer um desbridamento, que é a retirada da pele contaminada para evitar que a infecção se generalizasse.
No entanto, até o momento, não foi feito nada em relação a isso nem foi indicado o antibiótico porque alegam que não é uma infecção e que está apenas inflamado”.
Lima está internado na enfermaria da Ortopedia do HC da Unicamp desde o dia oito de março e precisa ser operado por um neurocirurgião e por um ortopedista.
De acordo com Elizandra, a equipe do hospital informou que o ortopedista vai fazer a cirurgia na próxima terça-feira (12) se nenhum caso mais urgente aparecer.
O eletricista chegou a ficar em jejum e foi encaminhado para o Hospital Estadual de Sumaré no dia 12 de março, mas retornou ao HC da Unicamp sem ser operado.
Segundo a família, a Unicamp justificou que o neurocirurgião não tinha horário livre e depois disse que nenhuma sala estava disponível para os procedimentos.
Elizandra afirma que a falta de soluções causa angústia em toda família.
“É desesperador. A sensação que a gente tem é que a gente está vendo um parente ir a óbito e é como se as pessoas não tivessem essa visão que a gente tem. ‘Ah, ele está sendo cuidado’ é o que falam para a gente, mas é angustiante ver o seu familiar chorando de dor e passando uma mensagem chorando, que ele não tem esperança”.
A CBN entrou em contato com a assessoria de imprensa da Unicamp, mas até o fechamento desta reportagem não teve retorno.
