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Grupo de mães protesta pedindo o uso facultativo de máscaras nas escolas

Foto: Guilherme Pierangeli

Um grupo de mães realizou um novo protesto na escadaria da prefeitura nesta quarta-feira (13) a favor do uso facultativo de máscaras nas escolas de Campinas, e pelo fim da obrigatoriedade.

Tatiana Jodar é uma das organizadoras do grupo MAE (Mães Amigas da Educação), e explicou alguns dos motivos pelos quais elas defendem a mudança do uso de máscaras de obrigatório para facultativo. “Nós acreditamos na liberdade e na autonomia dos pais para decidir o que é melhor sobre seus filhos, uma vez que o cenário epidemiológico nos permite isso, inclusive um impacto sobre alergias, doenças de inverno com esse mau uso do assessório, com as máscaras sujas, principalmente nas periferias”.

Ela argumenta ainda que a transmissão e a mortalidade pela covid-19 são baixas no público infantil, e que no público adulto já há uma liberação quase total para ambientes abertos e fechados, com algumas exceções.

Em relação à situação atual de lotação dos leitos de UTI pediátricos na rede de saúde de Campinas, Tatiana argumenta que a situação não é causada pela covid-19, que é a justificativa legal da prefeitura para o uso das máscaras. “Na verdade a Prefeitura nem pode obrigar o uso de máscara considerando outras doenças, são outras doenças que não o coronavírus que estão levando essa busca demanda sobre as UTIs, a prefeitura deve fazer uma campanha vacinal digna e informativa, e que as pessoas busquem a vacina por acreditar na imunização, e não porque as crianças estão amordaçadas dentro da sala de aula”, argumenta Tatiana.

Nós entramos em contato com a Prefeitura de Campinas, que enviou a seguinte nota em resposta aos questionamentos do grupo:

De acordo com o último boletim epidemiológico emitido pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) na terça-feira, 12/04/2022, a demanda por leitos de UTI para crianças em Campinas encontra-se em situação de alerta (acima de 80% de ocupação) para leitos municipais, estaduais e privados, e existe uma demanda reprimida para leitos em enfermaria pediátrica; situação que vem se mantendo desde 29/03/2022.

A necessidade por leitos de UTI pediátricas e o aumento da demanda por assistência médica (hospitalização) em enfermaria não tem acontecido exclusivamente por covid-19. O VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e outros vírus respiratórios têm levado as crianças ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), demandando internação. Dentre as crianças internadas em UTI por SRAG, uma tem confirmação para covid-19 e outras 12 tem seus casos sob investigação.

A situação epidemiológica atual de Campinas demonstra que as diferentes medidas de prevenção às doenças respiratórias agudas devem ser incentivadas e, por isso, este não é um bom momento para excluir as medidas vigentes, tais como o uso de máscaras em escolas e instituições para idosos. O uso de máscaras é sabidamente eficiente na prevenção da transmissão de doenças respiratórias agudas, principalmente em ambientes coletivos, sem a possibilidade de distanciamento interpessoal e de temperaturas ambientais não favoráveis (seja pelo outono excessivamente quente, que demanda o uso de ventiladores ou ar condicionado, ou a situação oposta, com tendência de queda de temperatura, o que favorece ambientes menos ventilados).

A vacinação e o uso de máscaras evitam agravamento e óbitos. Dessa forma, as medidas poderão ser reavaliadas assim que o cenário de risco for superado a partir de uma boa cobertura vacinal para covid-19 em crianças aliada à redução da circulação do SARS CoV-2 e de outros vírus respiratórios sazonais, que farão com que a sobrecarga no sistema de saúde seja reduzida.

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