Aprovados em concurso para vagas efetivas de Agentes de Organização Escolar reclamam que a Secretaria Estadual de Educação os contratou como temporários.
Apesar de quase 200 vagas estarem disponíveis, apenas 21 foram efetivadas em março deste ano.
André Pecci conta que foi surpreendido com a proposta para trabalhar como temporário em uma escola da região Oeste de Campinas e que desde então o contrato é renovado a cada 12 meses.
“Passamos no concurso em 2018 e quando foi em outubro de 2019 eles me chamaram. Quando eu cheguei lá, eles disseram que estavam aproveitando o concurso, mas que eles estavam chamando para caráter temporário. O contrato era por um ano e foi renovado por mais um durante a pandemia e agora estamos no terceiro ano de contrato”
Nicholas Bocayuva é mais um desses concursados.
De acordo com ele, em março deste ano a Diretoria de Ensino da Região Campinas Oeste tinha 185 vagas disponíveis para o cargo de Agente de Organização Escolar, mas efetivou apenas 21 candidatos.
“Recentemente teve uma nova chamada para efetivo, porém só foram disponibilizadas 21 vagas. No site da diretoria de ensino de Campinas dizia que eram 185, e aí a gente fica meio sem entender por que convocaram somente 21 pessoas se o déficit de vagas era de 185”
De acordo com um dos membros da Comissão de Monitoramento do Plano de Educação do Estado de São Paulo, Prof. Jacinto dos Santos, o déficit de funcionários prejudica alunos e professores.
“De repente um aluno que concluiu um curso tem que pegar seu certificado. Com a falta de funcionários a emissão desse documento fica prejudicada. Outra questão: professores que já têm tempo de aposentadoria – pelo fato de não haver Agentes de Organização Escolar para fazer a documentação – eles continuam trabalhando sem necessidade”
O concurso para Agente de Organização Escolar aberto pelo Estado tinha como objetivo preencher 1.495 vagas.
Do total, 113 eram para as áreas Leste e Oeste da Diretoria de Ensino da região de Campinas. A CBN Campinas entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Educação, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.