Trabalhadoras que eram contratadas pela Especialy afirmam que estão vivendo momentos de dificuldade. Segundo elas, a empresa ainda não pagou os salários referentes ao mês de março. A Especialy prestava serviço de limpeza das escolas da rede municipal de ensino de Campinas de forma terceirizada, e teve o contrato rompido após sucessivos atrasos salariais.
Priscila trabalhou na Especialy durante todo o período em que o contrato com a Prefeitura esteve vigente, e faz um apelo pelo pagamento. “Moro de aluguel, meu esposo está desempregado, e até agora não recebi, estamos precisando urgente deste dinheiro, tem família passando necessidade, sem ter o que comer, está muito difícil sair esse pagamento para nós, nosso acerto”.
Tamires também relata estar passando por dificuldades. “Eu não tenho mais de onde pegar emprestado o dinheiro, a gente precisa receber, tenho filhos que dependem de mim financeiramente, tudo tem que esperar, mas as contas não esperam mais, é complicado, eu preciso ter um retorno agora”.
Segundo as trabalhadoras, cerca de 150 famílias estão passando por dificuldades. Após um pedido do sindicato da categoria, a Justiça determinou que a Prefeitura de Campinas, que tinha contrato com a Especialy, deposite em juízo o valor de R$ 2,3 milhões para o pagamento das funcionárias.
A prefeitura informou, por meio de nota, que fará o depósito judicial referente aos valores devidos à empresa Especialy diretamente à Justiça do Trabalho nesta quinta-feira (28). A Administração informa que finalizou os procedimentos internos para cumprir a decisão judicial da 4ª Vara do Trabalho de Campinas, independentemente de intimação, a fim de garantir o pagamento dos salários dos trabalhadores envolvidos. A partir do depósito em juízo, o sindicato que representa os trabalhadores terceirizados tomará as providências cabíveis.
A municipalidade afirma ter o compromisso de colaborar com o Poder Judiciário e demais autoridades em benefício da população. A nota ressalta ainda que a decisão não é desfavorável ao município, mas sim uma aceitação, pela Justiça, do pedido formulado pelo sindicato.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho em Campinas (TRT-15), uma vez realizado o depósito, como os valores devidos a cada empregado da prestadora de serviços não estão especificados, é necessário que as partes apresentem mais documentos para que seja possível efetuar a especificação e, em seguida, fazer o pagamento das quantias. Devido a isso, não é possível determinar no momento qual seria o prazo para o pagamento dos valores devidos a partir do depósito judicial.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda não foi notificado sobre o tema, mas afirma que acompanha o caso, e será notificado sobre o andamento nos autos do processo.
No início do mês, a Arcolimp assumiu o serviço que era prestado pela Especialy em Campinas, e convocou os funcionários da antiga terceirizada para assinatura do novo contrato.
*Atualizado às 16h11