As exportações e importações cresceram mais de 18% na Região Metropolitana de Campinas no mês de abril, segundo dados do Ciesp Campinas (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). No comparativo com abril do ano passado, as exportações cresceram 18,3%, e as importações 21,7%. No acumulado do ano o valor das exportações supera em 26,9% o dos quatro primeiros meses de 2021, enquanto o crescimento nas importações é de 18,6%
A região segue com saldo negativo na balança comercial, o que é o habitual, já que considerando os valores, a RMC mais importa do que exporta. O Diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, faz uma ressalva de que apesar dos números, alguns setores enfrentam maiores dificuldades. “Da inflação mundial e os reflexos pós-pandemia e algumas ações que estão atrapalhando nosso dia a dia no mundo a gente viu que houve uma queda em alguns setores, mas não chega a ser preocupante ainda, a gente acha que isso é uma questão momentânea”.
E as dificuldades podem aumentar no terceiro trimestre, quando a demanda por óleo diesel aumenta no Brasil, e diante da menor oferta no mercado mundial devido às sanções à Rússia, há a possibilidade de falta do combustível, e de aumento nos preços. “O diesel impacta em tudo no Brasil, tudo é transportado por diesel, então tem um impacto, a gente espera que essas mudanças na Petrobras sejam feitas para que haja uma estabilidade, diminuição de preço”
Além de divulgar dados do comércio exterior, o Ciesp Campinas também publicou sondagem industrial mensal realizada na região. Entre os dados de destaque, 45% das indústrias registraram queda na produção, e 55% relataram diminuição no faturamento em relação ao mês anterior.
Em relação aos custos, 64% afirmaram terem tido aumento nos gastos com matérias primas em relação ao mês de março, e 69% relataram aumento nos custos de energia, água e transporte. Metade dos responsáveis pelas indústrias responderam que a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia podem provocar um recuo na globalização, e 90% se mostraram preocupadas com um processo de desindustrialização no Brasil.
