Após a Câmara de Campinas aprovar a emenda ao projeto que desobriga e torna facultativo o uso de máscaras em escolas da cidade, a polêmica continua. Os baixos índices de vacinação contra a covid-19 e a lotação das unidades pediátricas por causa do vírus sincicial geram críticas por parte de médicos.
Para a infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi, a flexibilização pode piorar a situação no sistema de saúde, pois a máscara protege contra todos os tipos de vírus. “Neste momento de outono e inverno com maior circulação de todos os vírus respiratórios, é inconsequente liberar o uso das máscaras”, opina.
Durante a votação, os vereadores Marcelo Silva (PSD) e Professor Alberto (PL) discutiram sobre a motivação política do uso obrigatório das máscaras pelas crianças. A médica discorda que qualquer decisão sobre controle de doenças virais seja levada para esse lado. “Esta confusão de que a decisão é política se instalou e a prejudicada é a sociedade com as pessoas ficando vulneráveis”, afirma Raquel.
A infectologista afirmou ainda que nos últimos dois anos os vírus respiratórios deixaram de circular entre as crianças porque as escolas estavam fechadas. Por isso, segundo Raquel Stucchi, é importante que os estudantes dos públicos-alvo tomem as vacinas contra covid-19, gripe e também sarampo.