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Homem que matou três em Piracicaba pode ter tido uma “crise de raiva”

Foto: Reprodução víddeo/Gustavo Molina - Educadora Limeira

O homem de 52 anos que atacou seis passageiros de um ônibus em Piracicaba, pode ter tido uma “crise de raiva” por causa de vizinhos do bairro onde mora.

A história teria sido revelada por ele a policiais durante transferência para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade.

A delegada da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), Juliana Ricci, tentou ouvir Santana mais uma vez antes da transferência, mas, ele ficou quieto durante todo o tempo — um direito previsto na Constituição.

Porém, aos policiais, ele teria contado que estava incomodado com os vizinhos do bairro Vila Sônia, onde mora — e o destino final do ônibus da linha 444 — por um suposto boato de que uma criança teria sido vista saindo da casa dele.

José Antônio morava sozinho, e estava aposentado, informações já confirmadas pela investigação.

Ainda segundo o relato, na terça-feira, ele pegou um ônibus da Vila Sônia até o Terminal Central de Integração, sacou dinheiro em um caixa eletrônico, depois foi a um comércio que vende utensílios domésticos e comprou o facão de açougueiro.

Na sequência, passou em um bar, tomou duas doses de conhaque, e retornou ao terminal, onde embarcou no ônibus que saiu às 15h10.

Com raiva, esfaqueou as pessoas aleatoriamente, mesmo sem saber quem eram. Nisso, atingiu seis pessoas.

Foi aí que o pânico se instaurou no coletivo.

O motorista, sem entender o que estava acontecendo, atendeu aos gritos dos passageiros e parou o coletivo na Avenida Armando Salles de Oliveira.

Todos desceram em pânico.

Duas morreram ainda no ônibus: Adriana da Silva, 42 anos e Valdemar Venâncio, 68.

Roseli Machado, 55, chegou a descer do veículo para pedir ajuda, mas não resistiu e morreu na calçada.

Os corpos dos três foram enterrados em Piracicaba e São Pedro nesta quarta-feira.

A delegada Juliana Ricci comentou que achou estranho nenhum parente do homem ter procurado a polícia até agora.

Ela explicou que, quando o homem chegou à delegacia, após o flagrante, estava “calmo” e não precisou ser medicado, apesar de não conseguir formular frases completas.

Quando atendeu a ocorrência, a Polícia Militar disse que o homem parecia estar em “surto psicótico”.

A CBN Campinas consultou a psicóloga forense Maria de Fátima dos Santos. Ela explica o que caracteriza uma pessoa que passa por um surto psicótico.

“Quando alguém demonstra agressividade, sem causa aparente, e está fora da realidade (com delírios e alucinações), é um quadro psicótico. Mas, quando essa agressividade tem um motivo e ela está relacionada à vingança por esse motivo, aí sim, em geral, é uma atitude de psicopata. Psicopata não é doente mental e tem plena consciência da realidade, portanto, sabe o que faz e se quisesse, não faria”

A Polícia Civil apura se essa história é real. Novos depoimentos vão ser coletados nos próximos dias, inclusive no bairro Vila Sônia.

José Antônio está preso preventivamente até o fim das investigações.

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