Usuários da Unidade de Pronto-Atendimento São José veem com preocupação a notícia de que a Rede Mário Gatti vai contratar uma Organização Social para administrar parte da UPA.
O pedreiro Antônio Sousa foi até a unidade nesta quinta-feira (09) e precisou esperar cerca de três horas.
Ele afirma que, dentre todas as experiências que já teve no local, essa foi a menos desagradável.
Para Sousa, a situação vai piorar quando a Rede Mário Gatti deixar de administrar a UPA.
“Hoje é a primeira vez que estamos sendo atendidos mais rápido. Da última vez eu fiquei aqui quase a noite inteira e fui atendido de manhã, e eu estava com uma criança. Se direto com a Prefeitura está demorado desse jeito imagina se contratar outra empresa… vai vim todo aquele enrolamento: ‘ah, é coisa da Prefeitura…entrou outra empresa’. Eu acho que a tendência é daqui para pior.”
O prefeito Dário Saadi afirma que a mudança vai impactar positivamente todo o município, visto que a Prefeitura vai transferir os médicos que atualmente trabalham na UPA São José para outras unidades
“É importante colocar que nós não estamos demitindo funcionários. Esses servidores que hoje estão na UPA São José serão realocados em outras unidades para as equipes em outras unidades. Esse processo de uma nova gestão na UPA São José, além de melhorar o atendimento na UPA, vai reforçar o atendimento em outras unidades.”
Não é a primeira vez que a Prefeitura de Campinas terceiriza a gestão de uma unidade de pronto-atendimento.
Em janeiro, a Rede Mário Gatti transferiu a administração da UPA Campo Grande para uma organização social.
De acordo com o vereador e membro da Comissão Permanente da Saúde, Cecílio Santos (PT), a mudança trouxe uma sensação positiva para os usuários.
Ele afirma, no entanto, que a terceirização é negativa porque rompe o vínculo entre a unidade de pronto-atendimento e os outros equipamentos públicos.
“É porque você tem uma quebra do vínculo com a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Você tem uma quebra com o Conselho. O Conselho local das UPAs é um membro importante que auxilia na gestão e isso acaba não ocorrendo de forma satisfatória quando entra uma O.S.”
De acordo com a Rede Mário Gatti, a Prefeitura vai seguir com a gestão da UPA São José enquanto a O.S vai ser responsável pelos funcionários.
A organização que vencer o processo licitatório deverá manter cinco postos de médicos clínicos durante o dia e três à noite.
Além disso, três pediatras devem estar à disposição de manhã e à tarde, e dois à noite.
A organização também vai ser responsável pela contratação de técnicos em enfermagem, enfermeiros e zeladores.
O edital prevê a seleção da entidade que oferecer o maior desconto percentual sobre o teto de R$ 33 milhões
