Os acidentes envolvendo motocicletas são responsáveis por mais de 1/3 das mortes em acidentes no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, 33,5 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito, sendo que 12 mil estavam em motocicletas.
Daniel Bassoli, diretor executivo da Fenive (Federação Nacional da Inspeção Veicular), acredita que, nas atuais circunstâncias, será difícil cumprir a meta de reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030, conforme estipula o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). “Pouco tá sendo feito pra poder cumprir essa meta, e o motociclista infelizmente está diretamente envolvido nisso, pois temos um enorme número de afastamentos do trabalho pro causa de sinistros com motocicletas e mortes deste trabalhador”.
Além dos óbitos, entre março de 2020 e julho de 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 308 mil internações de pessoas em decorrência de acidentes de trânsito em todo o Brasil, sendo 54% eram motociclistas, que ainda sofrem com outros problemas, como perdas econômicas com afastamento do trabalho, e sequelas.
Segundo Bassoli, o cumprimento da resolução 943 do Contran, que exige requisitos mínimos de segurança para as atividades de mototáxi e motofrete, incluindo inspeção periódica, ajudaria a reduzir esses números. “Ela fala que o motociclista precisa colocar alguns aparatos de segurança, como a antena aparadora de linha, proteção pra perna, capacete, baú para transporte de carga, a maioria dos motociclistas sofrem com o uso daquela mochila, é importante, pode reduzir custo, mas a gente não sabe quais são as condições ergonômicas de trabalho do profissional, não tem estudo sobre isso”.
Desde o início da pandemia houve um crescimento no número de entregadores com motos, demandando mais mecanismos de fiscalização e prevenção para evitar mais mortes.
