A primeira sessão, nesta segunda-feira, após a divulgação dos áudios que embasam a denúncia de corrupção passiva na Câmara de Campinas, foi marcada pelo discurso de vereadores pedindo o afastamento do presidente da Casa, Zé Carlos, do PSB.
Em contrapartida, Zé Carlos se defendeu e anunciou o afastamento do cargo, após a sessão já ter começado. A conduta de Zé Carlos está sendo investigada pelo Ministério Público, que apura se ele exigia vantagens pessoais para manter e renovar contratos com prestadores de serviços para a Câmara Municipal.
Com a presença de Zé Carlos, ainda como presidente da Casa, vereadores falaram sobre as articulações para a abertura de uma CPI para investigar os contratos da Câmara, proposta pela ala da Direita, que sofreu inicialmente uma resistência das bancadas do PT e PCdoB.
Os vereadores do PT e do PCdoB acabaram assinando a proposta, mas durante a sessão, quando essa posição ainda não estava definida, o vereador Nelson Hossri, do PSD, criticou a atitude dos vereadores do PT.
Cecílio Santos, do PT, se defendeu, lamentando inicialmente que a Câmara tenha que interromper a discussão de medidas para resolver problemas da cidade, para tratar de problemas internos. Em seguida, ele defendeu a necessidade de mais diálogo e a apresentação dos contratos das empresas terceirizadas à sociedade, criticando o próprio processo de terceirização na Casa.
Após um intervalo, Zé Carlos se reuniu com a bancada do PSB e voltou à tribuna para anunciar o afastamento, se defendendo dos áudios divulgados, afirmando estarem fora de contexto, já que, segundo ele, não houve pedido de propina. Com o afastamento de Zé Carlos, a vereadora do PSC, Debora Palermo, vai assumir como a primeira mulher na presidência da Câmara de Campinas em 224 anos de história.
