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Hospitais relatam dificuldade em diagnosticar a monkeypox

Foto: Prefeitura de Hortolândia

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do estado de São Paulo (SindHosp) indica que os hospitais tem enfrentado dificuldade para constatar a monkeypox, também chamada de varíola dos macacos. Segundo a pesquisa, 51,6% dos hospitais têm dificuldade no exame laboratorial, e 41,9% no diagnóstico médico da monkeypox, por se tratar de uma doença nova.

O diretor científico do SindHosp, Dr. Dirceu Barbano, afirma que novas doenças, especialmente virais, serão mais frequentes, e que tanto na covid-19 quanto na monkeypox o Brasil registra um número de casos maior que a média mundial. Mesmo assim os profissionais de saúde ainda enfrentam dificuldades para identificar a doença, pois há outras doenças mais prevalentes e com sintomas similares. “Você sempre tem uma fase de descobrimento das características da doença, então há a dificuldade de diferenciar os sintomas dessa doença de doenças corriqueiras, no primeiro dia a pessoa tem febre e fadiga, o que é coerente com outras viroses já conhecidas, só após três a cinco dias que as lesões na pele começam a aparecer.” E ainda assim, segundo ele, as lesões na pele podem ser confundidas com outras coisas, como picadas de inseto, o que dificulta a captação de casos suspeitos através dos sintomas.

Questionados sobre o atendimento, 43,4% relataram que atenderam pacientes suspeitos dessa doença, e 90,9% desses atendimentos não resultaram em internação, o que sugere que a maioria dos casos tem menor gravidade.

Barbano afirma que a falta do diagnóstico correto prejudica não só o paciente, mas outras pessoas, já que o paciente acaba não sendo isolado, e com isso transmite a doença a outras pessoas. “É algo que tem a ver com a vida das outras pessoas, pois quando você tem condições de estabelecer as condições clínicas e definir um caso suspeito você toma previdências para prevenção, por isso que tem aumentado muito, também por essa dificuldade de estipular o caso suspeito e estabelecer os procedimentos de prevenção”.

A pesquisa foi realizada no período de 10 a 26 de agosto, com 76 hospitais privados, sendo 25% da capital e 75% do interior. Somados os hospitais contabilizam mais de 2,8 mil leitos de UTI e 7,3 mil leitos clínicos, sendo que todos mantêm serviços de urgência/emergência.

No Brasil há mais de 5 mil casos de mokeypox confirmados.

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