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Atendimentos de sintomas respiratórios se mantém em patamar alto em Campinas

Foto: Valéria Hein

O número de casos semanais de atendimentos a pacientes sintomáticos respiratórios se manteve alto em Campinas, isso mesmo fora do período da chamada sazonalidade para doenças respiratórias em crianças, o que costuma elevar este número. Considerando toda as faixas etárias, durante pelo menos três semanas a cidade registrou mais de 7 mil casos semanais, segundo dados da secretaria municipal de Saúde sobre atendimentos realizados pelo SUS. Na semana entre 04 e 10 de setembro foram quase 7.300 casos; na semana seguinte, entre 11 e 17 de setembro, o número aumentou para quase 7.740; e na posterior, entre 18 e 24 de setembro, o número caiu para cerca de 7.200.

Na rede particular também foi verificado o aumento nos atendimentos a pacientes com síndromes respiratórias. Um laboratório particular de Campinas registrou tanto um aumento na procura por testes, quanto na positividade deles. Foram 5 testes com 33% deles positivos em agosto ante 57 testes com 56% de positividade em setembro. A médica patologista Juliana Costa trabalha no laboratório e elenca alguns fatores que podem ter levado a estes números. “As temperaturas mais frias, que favorecem as pessoas ficarem mais em ambientes fechados, o fim das medidas restritivas, o uso de máscara, aliada à cobertura vacinal que não foi adequada na campanha da vacinação da gripe”.

Mas há um dado positivo: uma queda brusca nos casos de maior gravidade, os de Síndrome Respiratória Aguda Grave e de Síndromes Gripais. Na primeira semana analisada foram quase 3.800; na seguinte 3.100; e na terceira semana analisada o número caiu pela metade, para 1.525 casos. O número de internados em UTI por Srag é muito maior no público infantil. São 27 crianças internadas na semana mais recente, ante 7 adultos.

O pediatra e presidente do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, Tadeu Fernandes, atribui isto a fatores como a ausência de crianças em consultas preventivas durante a pandemia, a baixa cobertura vacinal contra a gripe, entre outros fatores. “95% das crianças que estão tendo quadro de influenza são as crianças não vacinadas, então vai somando, crianças não vacinadas, variações de temperatura e a queda da máscara”. Ele faz um comparativo para explicar o aumento de casos. “Se você ficar 30 com o braço imobilizado, quando tirar o gesso não está com a mesma força no braço, se você fica dois anos trancado em casa você não tem contato com os vírus, e seu sistema imunológico atrofia, por isso estamos batendo recordes de doenças respiratórias”.

A Prefeitura de Campinas se manifestou sobre o assunto por meio da seguinte nota:

As internações de crianças por SRAG estão mantendo o padrão, com tendência de queda. Os números atuais são esperados em razão das variações climáticas. Importante ressaltar que os casos de SRAG podem ser por infecções ou exacerbação de quadros pulmonares prévios, como, por exemplo, a asma. O Devisa continua monitorando diariamente os casos e está atento a qualquer mudança de padrão.

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