Quase dois anos depois da descoberta do caso, em janeiro de 2021, a CBN Campinas apurou que o menino que foi encontrado dentro de um barril de ferro no Jardim Itatiaia, em Campinas, ainda está em um abrigo e não foi adotado.
A reportagem passou os últimos meses consultando fontes para tentar localizar o paradeiro do garoto e qual a situação atual de saúde dele.
Segundo as pessoas ouvidas pela CBN Campinas, o garoto, que está prestes a completar 13 anos, está bem de saúde.
Apesar do grave estado de desnutrição em que foi encontrado, o trabalho em conjunto de nutricionistas, psicólogos e outras especialidades médicas fez com que o garoto ganhasse peso.
Na época, quando levado ao Hospital Ouro Verde e depois transferido ao Mário Gatti, o menino perguntava a todo momento sobre o pai, que está preso.
Agora, o menino parece ter ‘compreendido’ a situação que viveu, e não parece ter desenvolvido nenhum trauma.
A confirmação da situação de saúde dele, coincidentemente, veio justamente no dia em que a Câmara de Vereadores aprovou a criação de um novo Conselho Tutelar na cidade.
O projeto foi encaminhado pelo prefeito Dário Saadi em agosto, depois de uma série de verificações sobre a atuação do órgão no caso do menino.
Em fevereiro do ano passado, uma sindicância foi aberta para apurar as responsabilidades e se o Conselho sabia do caso.
Mesmo com o Conselho Tutelar da região Sul negando que sabia da situação, foi comprovado que desde 2019 os maus tratos ao garoto já eram cometidos, e que o órgão, em algum momento, tinha conhecimento disso.
Mesmo com uma grande comoção nacional e muita gente se colocando à disposição para adotar o garoto, esse processo não aconteceu até agora, segundo a apuração feita pela CBN Campinas.
O garoto continua na casa-abrigo, que não tem o endereço divulgado, por motivos óbvios.
Por envolver uma criança, o caso segue em sigilo. Consultado, o Ministério Público não pode confirmar nenhuma informação apurada pela reportagem.
O pai, a madrasta e a filha dela, que foram presos em flagrante, estão respondendo a uma pena de oito anos de reclusão por tortura na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba.
O pai ainda tem mais 15 dias, em regime aberto, por abandono intelectual, por não ter deixado o garoto ir à escola.
A decisão foi em dezembro do ano passado. As defesas podiam recorrer, mas o que se sabe é que os três continuam presos.
Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo não respondeu ao pedido feito pela CBN para confirmar se houve alguma tentativa de rever a decisão.