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Professor da Unicamp discorda de previsão de aumento de chuvas

Foto: Rafael Lara/CBN

Nesta semana vários portais publicaram entrevistas com o meteorologista e climatologista Carlos Nobre, considerado referência na área. Nobre afirmou que os desastres ambientais no Brasil, como o ocorrido nos últimos dias no litoral de São Paulo, tendem a ser cada vez mais frequentes e mais graves, pois o aumento da temperatura global está diretamente atrelado às catástrofes no litoral brasileiro.

Mas, o Professor Associado da área de Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo, tem um ponto de vista diferente. Ele afirma que as variações na frequência das chuvas se dão em ciclos ao longo das décadas. “Eu tenho um ponto de vista um pouco diferente, eu acredito em variações decadais do clima e nós entramos em um período que vai chover menos nos totais anuais, não pontualmente como aconteceu no final de semana, eu estudo séries longas de precipitação e consigo identificar em alguns postos essa variação decadal do clima, principalmente detectado nas precipitações”.

Ele refuta que o aquecimento global teria relação com o ocorrido. “Eu acredito mais em uma variação decadal do clima né, então tem um certo período de 30, 40 anos que aumenta a temperatura, e depois é seguido de diminuição da temperatura, como foi no final da década de 70, começo de 80, se falava em esfriamento global, e não em aquecimento, depois isso mudou, e logo logo a gente vai estar falando novamente em diminuição da temperatura”.

Zuffo destacou que ao longo da história da humanidade foram registrados vários desastres climáticos, e no Brasil há também registros de desastres do tipo em décadas anteriores, como no final dos anos 60 em Caraguatatuba, no litoral norte, e na Serra das Araras, no Rio de Janeiro. “Nós temos registros da década de 30, de 20, em São Paulo teve uma grande enchente em 1929, se tivesse caído a mesma precipitação na cidade de São Paulo hoje o desastre seria muito maior do que o que aconteceu em 1929 pois na época a cidade não era tão grande e hoje é uma das maiores metrópoles do mundo”. Na opinião do professor, a percepção de que hoje esses eventos acontecem com mais frequência se dá pela maior facilidade na difusão da comunicação.

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