A pesquisa, da plataforma Numbeo, foi atualizada em fevereiro, e considera os gastos do início do ano com alimentação, transporte, lazer, moradia e serviços de 196 cidades do país. Campinas é a quarta cidade mais cara para se viver no Brasil, e só perde para capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, mais elevado é o custo de vida. Campinas teve pontuação de 37,57. Os campineiros sentem essa realidade no bolso. A aposentada Zilda Matos conta que a alimentação é o que mais pesa no orçamento.
Iraci dos Santos Cardoso é aposentada e artesã. Trabalha nas feirinhas da cidade. Pra ela, o principal gasto mensal também é com o supermercado. O relato das campineiras comprova o levantamento, que aponta que os gastos com compras de mercado chegam a 33,4% na metrópole do interior. O professor de Finanças e Economia da Unicamp, Luiz Eduardo Gaio, explica que as despesas com restaurantes também aumentam a fatia do orçamento comprometida pela alimentação.
E como economizar com um item essencial? Dona Zilda conta que não tem jeito. Já a Dona Iraci aposta numa mudança de hábitos: reduziu bastante o número de passeios. O relato da aposentada ilustra outro efeito do alto custo de vida em Campinas, que é a redução dos gastos com entretenimento. No último mês, o campineiro investiu apenas 7,8% do orçamento em esportes e lazer. Economia que, segundo o professor, compromete a qualidade de vida da população.
Em último lugar do ranking de gastos da população estão as roupas, que levaram, em média, 3,6% do orçamento em fevereiro.