A interdição de 20 leitos na Maternidade de Campinas já impacta nas demais maternidades que atendem o SUS em Campinas. No Hospital Puc-Campinas, a capacidade é de 20 leitos na UTI Neonatal, mas a unidade está com 25 bebês nesta sexta-feira, sendo que um dos casos trata-se de uma gestante gemelar (gêmeos).
Além disso, de acordo com a assessoria do hospital, oito gestantes de alto risco estão internadas na unidade. Como se trata de um hospital “porta-aberta”, eles não podem recusar atendimento. No Caism, da Unicamp, a situação não é diferente. A UTI Neonatal está com 160% da capacidade e, de acordo com informações da Diretoria do Caism, foram improvisados leitos dentro do centro obstétrico.
Atualmente a unidade trabalha com 12 leitos. A Diretoria informou que está com mais 11 gestantes com potenciais prematuros internados, uma delas trigemelar. “Nossa situação é dramática neste momento”, afirmou o Diretor da unidade Luis Otávio Sarian.
O Caism é considerado unidade de referência em casos de alta complexidade na região. Desde o fim de 2021, no entanto, deixou de atender por demanda espontânea no pronto atendimento e passou a receber pacientes apenas por meio da Central de Regulação do Estado (Cross).
O que diz a Prefeitura de Campinas
A Secretaria de Saúde tem pleiteado junto à Secretaria de Estado a ampliação de leitos de UTI neonatal para retaguarda da região e do restante do Estado. Campinas dispõe de 35 leitos de UTI neonatal na Maternidade e no Hospital da PUC. O número é suficiente para atender às necessidades da população do município. No entanto, a ocupação de leitos do município é impactada pela região e restante do Estado, chegando até a 35% de ocupação de leitos de UTI neonatal de crianças da região (12 leitos).
A Secretaria Municipal de Saúde tem monitorado a questão na Maternidade de Campinas e está em negociação para manter o quantitativo de leitos necessários para garantir o acesso a todas as gestantes e seus bebês.
A reforma nos leitos neonatais do Caism da Unicamp ocorre desde o segundo semestre de 2021 e tem sobrecarregado os leitos municipais. No ano de 2022, o Caism fez 5,5% dos partos de Campinas.
O prefeito Dário Saadi, na última reunião da RMC, colocou em discussão a necessidade urgente da ampliação de leitos neonatais no Hospital de Sumaré e essa demanda foi enviada ao Secretário de Saúde do Estado.
O que diz a Secretaria de Estado da Saúde
O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas, que monitora a situação dos leitos neonatais, tem realizado reuniões com os gestores locais para o aumento da disponibilidade de leitos na região ainda nas próximas semanas, como retaguarda à situação da Maternidade de Campinas.