Cinco mil euros por viagem bem sucedida. Esse era o valor recebido pelas pessoas que eram ‘contratadas’ por uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas, alvo de uma operação da Polícia Federal de Campinas.
Com mandados cumpridos em São Paulo, Goiânia e Brasília, o objetivo da Operação Body Packing, que, em inglês, significa “embalagem do corpo” era saber mais detalhes de como funcionava o esquema de recrutamento das chamas “mulas”.
É assim que são chamadas as pessoas, nesse caso especialmente chamadas de regiões com maior registro de vulnerabilidade social, que transportam drogas para os traficantes.
Os aeroportos utilizados eram, especialmente, o Internacional de Viracopos, em Campinas, e Cumbica, em Guarulhos.
A investigação começou após a prisão, em agosto de 2018, no Aeroporto de Campinas, de duas pessoas que se diziam casadas e que estariam indo para uma lua de mel em Paris. Era tudo mentira. A dupla estava com um total de 173 cápsulas de cocaína, totalizando aproximadamente 3 quilos de drogas, nos estômagos.
Ainda que essas pessoas fizessem uma espécie de cadeia de convocações, e por mais que sejam vítimas, também podem ser presas e ficar até 15 anos na cadeia, como explicou o delegado.
O que chama a atenção é que os aeroportos visados pelas quadrilhas, são fortemente protegidos pela Polícia Federal.
Por isso, segundo Edson Geraldo de Souza, a busca era por pessoas que morassem bem longe da região Sudeste, e, especialmente, tivessem pouco acesso à informação. Elas eram atraídas, primeiro, com cursos para cabeleireiro e maquiagem. Muitas eram trans femininas, segundo a PF.
Entre os dias 6 e 24 de março foram prisões de seis pessoas no Aeroporto de Viracopos de pessoas que tentaram embarcar à Europa com 11kg de cocaína. Dois dos quatro alvos investigados são estrangeiros e já foram presos por tráfico de drogas. Um deles era, ainda, procurado pela Justiça.
