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Professor da USP critica moradias de 15 m²; Vice-prefeito detalha situação

Foto: Guilherme Leal

Apesar da satisfação dos moradores da Ocupação Nelson Mandela, em Campinas, expressa pela Coordenação da Ocupação, a questão das casas de 15 metros quadrados que estão sendo construídas pela Prefeitura de Campinas segue dividindo opiniões.

Para o professor da USP e doutor em Estudos Urbanos, Tomás Moreira, além do tamanho, a disposição das casas não atende critérios estabelecidos pela ONU. “A gente pode considerar que é uma vitória para o Movimento Nelson Mandela, mas o poder público que está oferecendo isso, isso não pode ser considerado um projeto de uma política habitacional decente para o município de Campinas. É apenas um cômodo e um banheiro, né? A gente não tem uma cozinha, que é uma unidade básica que é exigência da ONU. Não é suficiente”.

O vice-prefeito e secretário de Relações Institucionais de Campinas, Wanderley de Almeida, o Wandão, destacou a aprovação por parte dos moradores. “Todo esse processo foi aprovado pela comunidade. O acordo era era loteamento com água e luz somente. E aí a decisão era, vai fazer a reintegração? Vai transferir os moradores da condição que eles estão de moradia, improvisados em barracos, e colocar eles novamente em barraco era para cumprir a decisão? É o que seria acontecido”. Wandão também criticou o que chamou de tentativa de exploração política por parte de vereadoras de oposição.

Outro questionamento de Tomás Moreira é em relação às particularidades de cada família, e se o poder público dará suporte para que as casas sejam ampliadas pelos moradores de maneira adequada. “Qual é a compreensão da composição dos grupos familiares? Existem famílias que lá são de sete pessoas, de duas pessoas, idosos, tem que ter uma política voltada à compreensão de quem são os moradores, é fundamental. Os moradores tem uma assessoria técnica poder fazer a ampliação da moradia. Se eles fazem uma ampliação de maneira frágil, as unidades habitacionas podem ficar vulneráveis, e essa vulnerabilidade pode gerar também, dependendo da qualidade do material de construção, a novos incêndios, por exemplo”.

Wandão destacou que a situação no Mandela é uma exceção, e não se tornará uma política habitacional do município. Ele afirmou ainda que os moradores têm participação ativa nas obras, e que haverá um projeto de expansão das moradias. “Quem contratou, quem tá executando a obra são os próprios moradores. Financiamento é nosso, mas a contratação é direta dos moradores. Tem moradores que eu por fazer a própria moradia, tem moradia sendo construída pelos moradores já com o tamanho que eles julgam ideal. Essas família fizeram opção pelo embrião é por conta da necessidade de cumprir um prazo, foi por conta disso que sugeriu essa moradia que vai ter um projeto de expansão posteriormente”.

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