Desde a feijoada realizada na Fazenda Santa Margarida, em 27 de maio, foram cinco casos de febre maculosa notificados para a Vigilância Sanitária: três óbitos com diagnóstico confirmado, um óbito suspeito de uma adolescente de 16 anos, que morreu na última terça-feira, e uma quinta suspeita informada nesta quarta-feira (14), de uma mulher de 38 anos, que mora em Campinas e está em um hospital particular da cidade.
Segundo a Vigilância, ela começou a ter sintomas no dia 10 de junho, está bem e aguarda confirmação do exame laboratorial. Ela não esteve na feijoada, em sim em um evento posterior, um show do cantor Seu Jorge, que recebeu aproximadamente 10 mil pessoas. Agora, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) também investiga esse evento, já que os frequentadores ainda podem estar no período de incubação da febre maculosa, que pode ser de até 15 dias.
Uma reunião foi realizada com vigilâncias de outras cidades e com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que fará um comunicado pra todo o estado alertando sobre o último show realizado na fazenda, já que o evento também teve frequentadores de outros municípios.
Foram anunciadas ainda ações de prevenção na cidade. Andrea Von Zuben, diretora do Devisa, afirmou que Campinas é uma região endêmica, por ter muitas regiões de mata e cursos d’água, e disse que a febre maculosa está para Campinas assim como a malária está para a região amazônica.
Neste ano, 100% dos casos de maculosa confirmados em Campinas evoluíram pra óbito. Depois de 7 a 8 dias de sintomas, o paciente vai a óbito, segundo o Devisa, por isso é importante o diagnóstico correto e o tratamento logo após o surgimento dos primeiros sintomas, que podem ser confundidos com os da dengue e até da covid. Pra facilitar o diagnóstico, aulas serão ministradas para médicos da rede privada e pública de Campinas, segundo o prefeito Dario Saadi.
A comunicação em áreas endêmicas também será intensificada. É o segundo surto de febre maculosa notificado em Campinas. O primeiro foi entre 2004 e 2005. Na época, a transmissão ocorreu em uma horta comunitária, e a letalidade chegou a 60%. O surto atual é o terceiro já registrado Estado de SP, dois deles, portanto, em Campinas, e um em Americana.