Muita coisa mudou no Balão do Timbó, no Jardim Guanabara. Em 2012, o local passou por uma revitalização, com mudanças na iluminação e no paisagismo, plantio de ipês e a substituição do tradicional chafariz por uma floreira. Na época, segundo a Prefeitura de Campinas, a desativação ocorreu porque o ponto era usado como abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
A microempresária Maria Lúcia Satomi administra um trailer de salgados e lanches no Balão do Timbó há muitos anos, e lembra da época em que o local era ‘ponto turístico’ da cidade. Mesmo sem o chafariz, a empreendedora conta que as imediações da Avenida Brasil ainda são ponto de encontro de pessoas em situação de rua.
Já o vendedor Francisco José da Silva trabalha em uma loja no Balão do Timbó, e conta que a expansão comercial foi grande nos últimos anos.
Mas, por quê o local é conhecido como Balão do Timbó? Quem está em Campinas desde a década de 90, sabe.
Outro local de Campinas conhecido pelo nome de um ponto comercial é o Balão do Tavares, na Avenida Governador Pedro de Toledo. Inaugurado em 1964, o Frigorífico Tavares ficou famoso nos anos 70, como produtor, atacadista, varejista e fabricante de gelo. Em 2005, um vazamento de gás de amônia dos sistemas de refrigeração da fábrica obrigou o fechamento das portas. Mas, o local continuou conhecido como Balão do Tavares.
O atendente Valério Fernando dos Santos, de 44 anos, viu todas as transformações do local. O avô e os tios trabalharam no antigo estabelecimento. São muitas as lembranças de infância e dos passeios no Balão de Tavares. Hoje, o cenário é bem diferente. Seu Valério cita problemas de iluminação e segurança no trecho.
Já na Vila Industrial, o antigo prédio do Curtume Cantúsio, construído no século XX, dá nome ao Balão do Curtume, bem às margens do córrego Piçarrão. Em 1990, ele encerrou suas atividades e hoje é testemunha do desenvolvimento industrial da cidade naquela época, na região onde funcionava a indústria de pele e couro. O local, que é tombado patrimônio histórico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc), teve parte da estrutura danificada pela ação do tempo e de vândalos.
Sobre a segurança nos locais citados na reportagem, em nota, a Guarda Municipal de Campinas informou que já realiza patrulhamento nos trechos e irá intensificar o trabalho. Já sobre a falta de iluminação nos balões, a Secretaria de Serviços Públicos informou que o consórcio Conecta Campinas, responsável pela manutenção da iluminação pública, fará uma vistoria nesses locais para verificar se há lâmpadas apagadas e providenciar os reparos. A reportagem da CBN ainda não teve retorno da Assistência Social do município sobre a presença de pessoas em situação de rua nos locais.