Em 27 de junho de 1887, Campinas estava prestes a completar 113 anos de fundação e se aproximava de 50 mil habitantes, a maioria ainda na zona rural do município. No local onde hoje milhares de veículos transitam diariamente no cruzamento entre as avenidas Barão de Itapura e Brasil, a pouco mais de um quilômetro do marco zero da cidade, o Imperador Dom Pedro II inaugurou o Instituto Agronômico em uma área pouco habitada, com os bairros Botafogo e Guanabara ainda sendo implantados, luzes acesas por lampiões de gás e transporte por bondes recém-inaugurados. Foi a primeira instituição de pesquisa agrícola inaugurada na América Latina.
Os prédios imponentes do período imperial chamam a atenção de quem passa em frente ao local até hoje, preservados e restaurados. Mas a tradição das edificações contrasta com as inovações dentro dos prédios do IAC, tanto no Botafogo quanto no Centro de Experimental, localizado na Fazenda Santa Elisa, hoje na área urbana de Campinas, no bairro Nossa Senhora Auxiliadora.
A instalação do Instituto Agronômico acompanhou toda a transformação daquela cidade na gigantesca metrópole que é a maior cidade do interior de São Paulo, com mais de 1,1 milhão de moradores, segundo o Censo 2022, como relata a pesquisadora e vice-diretora do IAC, Regina Célia de Matos Pires.
Segundo a pesquisadora, os trabalhos realizados no IAC chegam à mesa dos brasileiros depois de testes de tecnologia e sustentabilidade de produtos ligados ao setor agrícola.
Em 136 anos de história, o Instituto Agronômico de Campinas cresceu e passou a ter unidades em diversas cidades do interior de São Paulo. O Governo do Estado assumiu a administração cinco anos depois da fundação da então Estação Agronômica de Campinas. O corpo de servidores conta com 161 pesquisadores científicos e 319 funcionários de apoio. Este ano, o IAC criou uma parceria com a PUC-Campinas, que passa a oferecer o curso de Engenharia Agronômica a partir de 2024. O objetivo é alavancar a formação de novos talentos na área.