O vídeo, que viralizou nas redes sociais, mostra um aluno do Grupo de Estudos de Filosofia Indígena durante a Unicamp Portas Abertas (UPA), neste domingo (20), desafiando a expositora com falas racistas. O aluno disse que indígenas têm que ‘tirar tanga e estudar nossa língua’, além de ‘se integrar à sociedade’.
O homem é aluno de filosofia da PUC-Campinas e participava do evento. Em nota, a universidade informou que defende e preza, em todas suas atividades acadêmicas e institucionais, uma sociedade justa e fraterna, o que inclui o respeito às origens e às culturas diversas que compõem a nação brasileira. A PUC-Campinas também afirmou que condena com veemência a manifestação do estudante e que a postura do aluno confronta a missão e os valores da instituição.
Em carta aberta, a União Plurinacional dos Estudantes Indígenas (Upei) também comentou o episódio, e afirmou que ‘não aceita a formação de universitários com pensamentos e comportamentos preconceituosos, racistas e xenofóbicos’. O presidente do grupo, Arlindo Baré, afirmou que o comentário reflete o desconhecimento de grande parte da sociedade sobre a cultura indígena. O presidente da Upei também repudiou a fala do aluno.
O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp informou, em nota, que a fala do aluno ‘demonstra preconceito e ignorância, desrespeita a diversidade de saberes e culturas, expressa e promove a violência contra os povos indígenas, manifestando um profundo desrespeito aos direitos humanos e incorrendo no crime de racismo’.
Afirmou ainda que o IFCH tomará as ações cabíveis junto às representações dos estudantes indígenas e as demais instâncias responsáveis da Unicamp.