A Operação Jogada Ensaiada, comandada pela Polícia Federal de Sergipe, identificou que pelo menos uma partida de futebol de times do interior paulista pode ter sido fraudado para beneficiar apostadores. O jogo foi entre o Independente de Limeira e o Comercial de Tietê pela fase de grupos do Campeonato Paulista Sub-20 de 2022, que aconteceu em 25 de maio de 2022.
O time de Tietê venceu por 4 a 3, teve um pênalti quase no final do jogo e cinco cartões amarelos, só que os dois clubes ficaram nas últimas colocações do grupo e não seguiram adiante na competição.
Segundo a Polícia Federal sergipana, foi comprovado que a partida foi manipulada, mas não houve a confirmação do que teria sido pedido para beneficiar os apostadores.
A investigação aponta que mais oito jogos entre times de Roraima, Alagoas, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro tiveram indícios de fraudes, partidas que aconteceram no ano passado.
Ao todo, a operação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nas casas de empresários, jogadores de futebol e apostadores envolvidos no esquema. Na região de Campinas, o mandado foi cumprido em Sumaré, mas o alvo não foi localizado.
A primeira fase da operação aconteceu em outubro do ano passado, para investigar apenas as fraudes no futebol local de Sergipe. No entanto, a análise do material apreendido acabou revelando um esquema muito maior, de âmbito nacional.
Foram identificados diálogos nos quais empresários de jogadores, apostadores e dirigentes combinavam manipulação de resultados de partidas de futebol. A estimativa é que a organização criminosa movimentou cerca de R$ 11 milhões.
Em nota, o Independente de Limeira informou que a administração do time sub-20 estava sob responsabilidade de uma gestora do Paraná, e que, assim que a diretoria soube dos primeiros indícios de manipulação de resultados, procurou a Federação Paulista de Futebol e a Polícia Federal. Todos os envolvidos foram demitidos e o contrato com a empresa foi desfeito.
O Comercial de Tietê não respondeu aos questionamentos da reportagem até esta gravação.
Os investigados vão responder por crimes previstos na lei geral do esporte e por organização criminosa.
