Mais de 1 bilhão de abelhas já morreram no Brasil desde o início dos anos 2000. Muitas dessas mortes estão relacionadas à expansão das monoculturas, que utilizam uma quantidade muito alta de agrotóxicos.
Esses insetos são responsáveis por polinizar todas as plantas do planeta e, também, facilitam a produção agrícola, sendo até mesmo indispensáveis para alguns cultivos.
Com isso, uma pesquisa foi realizada analisando a presença dos agrotóxicos no mel e na cera das abelhas.
De acordo com a responsável pelo estudo, a química e pesquisadora do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, Ana Paula de Souza, os resultados são preocupantes.
Das 40 amostras de mel analisadas, seis apresentaram resíduos acima do limite legal permitido. Nas ceras, foram detectados um ou mais agrotóxicos em 90% das amostras. O pior resultado nas ceras está associado à reutilização deste produto.
Esse interesse pelo tema surgiu frente à preocupação com esse número alto de mortes de abelhas no Brasil, fenômeno que também ocorre na Europa e nos Estados Unidos.
Segundo Ana Paula, a morte das abelhas pode acabar causando uma queda na polinização, o que é essencial para a maioria dos cultivos, e por isso o estudo é tão importante.
Além disso, o mel é um alimento saudável, bastante utilizado na alimentação de crianças e na composição de xaropes.
Para evitar que os agrotóxicos permaneçam afetando a população de abelhas e a biodiversidade, o próximo passo é fazer com que as práticas agrícolas sejam submetidas a um controle mais adequado quanto ao uso desses produtos.