Campinas recebeu na semana passada a 12a Reunião da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave). O encontro foi realizado na Unicamp, e teve como tema “O futuro da avaliação e a avaliação do futuro”. Os participantes debateram os avanços alcançados nas últimas duas décadas, e os desafios e impactos das inovações que se impõem nos processos avaliativos atuais e futuros.
Participaram do evento representantes do MEC e de outras entidades de ensino. A presidente da Abave, Maria Helena Guimarães de Castro, falou sobre alguns dos debates realizados no evento, como o sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Como produzir um resultado que realmente consiga subsidiar o Fundeb. O Fundeb é o Fundo de Desenvolvimento e Financiamento da Educação. Então o Ideb passa a ter, a partir deste ano e do ano que vem, um papel importante no financiamento e na distribuição dos recursos educacionais.”
Segundo ela foram discutidos os critérios para esse novo indicador. Ela afirma que indicou que um dos problemas é a avaliação da educação básica, pois o IDEB é composto pela média do resultado desta avaliação com o fluxo escolar, verificado pela taxa de reprovação. Maria Helena afirma que agora há uma visão de que é preciso mudar o conceito e metodologia do IDEB.
Ela citou também algumas das mudanças que podem ocorrer em avaliações nos próximos anos. “Avaliação da alfabetização ao final do segundo ano ela deve ser censitária ou seja abranger todos os alunos atualmente essa avaliação ela é por uma amostra a avaliação do quinto ano ela considere o desempenho dos alunos na produção de texto hoje a avaliação do quinto ano ela é apenas com perguntas de múltipla escolha”. Ela destaca a necessidade de mais questões abertas nas avaliações, e não apenas de múltipla escolha, para que seja possível verificar se os alunos estão, de fato, sabendo escrever, ou seja, desenvolver uma linha de argumentação. Questões abertas também podem ser implantadas em avaliações de matemática, para que haja uma análise do raciocionio.
Ainda segundo Maria Helena, o Brasil precisa atualizar suas formas de avaliações, utilizando, por exemplo, avaliações em computadores. E no caso do Enem, é preciso alinhá-lo com a proposta do novo ensino médio, e que haja uma definição o quanto antes para que indefinições não atrapalhem os alunos.