Unicamp desenvolve dispositivo para promover saciedade

Responsáveis pelo projeto - Foto: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

Pesquisadores da Unicamp estão desenvolvendo um dispositivo que busca provocar a sensação de saciedade, e com isso ajudar no tratamento de pessoas com obesidade severa com uma alternativa menos invasiva que a cirurgia bariátrica ou o balão gástrico.

O dispositivo induz o organismo a produzir os hormônios responsáveis pela sensação de saciedade, promovendo assim o controle do apetite e dos hábitos alimentares. Raquel Leal, pesquisadora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas comentou o objetivo da pesquisa “A ideia é exatamente essa, de ser mais uma alternativa no tratamento dos pacientes obesos, a obesidade mais grave e que as vezes (os pacientes) não podem ser submetidos a cirurgia bariátrica, então, de repente, essa seria uma alternativa para esses pacientes. É claro que nada substitui inicialmente a questão da orientação alimentar, exercício físico”.

Os estudos tiveram início em 2015, quando a Unicamp foi procurada por uma empresa de Florianópolis que apresentou um modelo de eletroestimulador e buscava parcerias para realização de testes e análise de sua viabilidade. A parceria foi firmada com o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) da Universidade, e na primeira rodada de experimentos, fase pré-clínica, realizada entre 2015 e 2018, foram feitas testagens em três grupos de porcos pelo período de 30 dias.

Para os testes, um grupo de porcos permaneceu com o eletroestimulador ligado, outro com o dispositivo implantado, porém desligado e, o terceiro, foi mantido no mesmo local, mas sem qualquer intervenção. Os animais deixaram de ganhar peso dentro da curva de crescimento, e com os resultados positivos, foi obtida uma patente para o dispositivo.

A nova rodada de estudos irá durar pelo menos dois anos, e nela os pesquisadores querem confirmar se o eletroestimulador é capaz de reduzir o peso. “O objetivo dessa segunda rodada é entender melhor como que ele funciona. Acredito que depois, é claro, ainda tem um longo caminho até realmente o dispositivo final a ser implantado em humanos. Principalmente essas melhorias que deverão ser realizadas pela nossa equipe de engenharia para que ele seja biocompatível e tenha uma série de características que possibilitam ser implantados em humano”, explica Raquel Leal.

A equipe buscará entender como ele age no organismo e se, de fato, o resultado está associado à produção hormonal. Os testes serão aplicados em porcos adultos, com cerca de 50 quilos, diferente da primeira fase, quando foram utilizados animais de 15 quilos e em fase de crescimento.

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