A Receita Federal faz, com apoio da Polícia Federal de Campinas, uma operação para desbaratar uma organização criminosa que teria sonegado mais de R$ 4 bilhões em impostos de produtos vendidos no comércio popular de São Paulo.
A Operação Recidere cumpre 21 mandados de busca e apreensão em São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Barueri, Mogi Guaçu e Florianópolis, em Santa Catarina. De acordo com a Polícia Federal, o endereço em Mogi Guaçu é uma casa de férias utilizada por um dos alvos investigados.
Segundo a Receita Federal, os operadores financeiros alvos dessa operação foram responsáveis pela circulação de mais de R$ 4 bilhões em contas bancárias de diversas empresas de fachada.
Os valores depositados nessas contas bancárias eram repassados para outras contas, como forma de dificultar o rastreamento.
Depois, eram remetidos ao exterior por meio de operações ilegais de câmbio ou pela compra de criptomoeda.
Somente no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2020, a estimativa é de que R$ 1,5 bilhão tenha sido sonegado e enviado para fora do país.
Para formalizar os contratos de câmbio junto às instituições autorizadas, o grupo fazia importações fictícias em uma modalidade de pagamento antecipado de operações que não existem, e importações superfaturadas.
Um dos exemplos desses produtos importados eram kits de testes de covid-19 encaminhados para prefeituras. A suspeita da investigação é que os valores de venda destes itens tenham sido superfaturados.
O nome da operação significa, em latim, reincidência, porque alguns alvos dessa operação já são velhos conhecidos na prática.
Um dos alvos, segundo a Receita, pratica essas infrações desde operações anteriores e seria inclusive beneficiário de delação premiada.